Ainda falta quase um ano para as eleições de 2020, mas o grupo gestor do Programa de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já se reuniu, neste mês, com representantes de Google, Facebook, WhatsApp e Twitter. O Facebook já removeu mais de 2 bilhões de contas falsas neste ano. O Google afirmou ao TSE que desenvolve algoritmos de busca para priorizar resultados que levem a páginas oficiais da Justiça Eleitoral ou a veículos de informações confiáveis. É urgente e positivo que as empresas se comprometam a atuar contra a proliferação de informações falsas.
Pode não haver solução definitiva, mas o cenário começa a melhorar. O disparo massivo de mensagens, prática denunciada na eleição de 2018 e admitida pelo WhatsApp pela primeira vez no mês passado, pode até ser punido, pois é detectado mais facilmente.
O trabalho de formiguinha dos disseminadores de fake news – aquelas pessoas que, quase sempre de boa-fé, reproduzem conteúdos de origem duvidosa com a famosa “verdade que a mídia não mostra” – vai esbarrar, agora, na legislação.
Foi promulgada no último dia 12 a lei que pune com dois a oito anos de prisão quem divulgar notícias falsas. O texto prevê ainda multa para quem acusar falsamente um candidato com o objetivo de afetar a sua candidatura. Na semana que vem, acontecerão audiências públicas com o objetivo de aperfeiçoar as resoluções relativas às eleições de 2020.
Por mais que as tecnologias avancem, porém, o ser humano está sempre um passo à frente. A diferença é que fraude eleitoral e compra de votos agora têm aliados em vídeos, stories e mensagens que podem levar até a linchamentos virtuais de candidatos. Então, ao fim e ao cabo, a responsabilidade é de quem as utiliza.