Nos anos 50, aposentar-se aos 50 anos era compreensível. O sujeito, ao nascer, tinha uma expectativa de vida de 48 anos. Nada mais justo, portanto, que, ao atingir essa idade, ele passasse a gozar de uma aposentadoria pelos anos que lhe restassem.

Ao longo do tempo, no entanto, a idade média do brasileiro aumentou, chegando a mais de 75 anos a partir de 2015. Apesar disso, cidadãos naturais do país continuaram a se aposentar aos 55 anos, criando um enorme problema para o gestor público.

Essa é a idade média com que os brasileiros se aposentam ainda hoje. Por causa dela, estão faltando recursos para tocar os serviços essenciais prestados pelo setor público. Uma reforma é necessária para ajustar as contas do governo federal e dos Estados.

Em grave crise financeira, muitos Estados estão com os salários do funcionalismo atrasados. Isso porque as despesas com aposentadorias e pensões do pessoal crescem em ritmo acelerado, aumentando ainda mais com o envelhecimento da população.

Nesta semana, um “balão de ensaio” propagou que a equipe econômica que está elaborando a proposta de reforma da Previdência fixou a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres deixarem o mercado de trabalho. A reforma começa por aí.

O presidente da República disse não concordar. Esse limite poderia, no entanto, contemplar os que estão ingressando no mercado de trabalho. Para quem já está nele, haveria um sistema de contagem de pontos, somando idade e tempo de contribuição.

Seja como for, a minuta que vazou é mais ambiciosa do que a proposta do governo Temer, o que é bom. A equipe econômica tem consciência da urgência de ajustar as contas da União, deficitárias há cinco anos em meio ao crescimento da dívida pública.

Se não nos apressarmos, faltarão recursos até para pagar as atuais aposentadorias.