Passado o segundo turno, o Brasil entra em uma nova fase, com desafios urgentes a serem enfrentados pelo presidente eleito. A unificação de um país dividido pela campanha política polarizada será essencial para que o governante possa superar outras ameaças que já emergiram no horizonte econômico internacional.
Em 2023, o comércio externo tende a ser menos favorável do que aquele que garantiu bons resultados da balança brasileira. O Fundo Monetário Internacional revisou para baixo a projeção de crescimento global, que agora deve avançar 2,7% – o mais fraco desempenho desde 2001 para um ano sem graves crises econômicas (2009) ou sanitárias (2021). A expectativa é que um terço dos países do FMI enfrente recessão no ano que vem.
Fora que o crescimento da China, que havia atuado como um contrapeso às crises na Europa e nos EUA, está em franca desaceleração. Isso reduzirá as importações por aquele país – e os chineses respondem por um quarto das vendas externas brasileiras.
O dólar se acelera, e o preço das commodities se desvaloriza. O Banco Mundial prevê queda de 5% nos preços agrícolas, e o minério de ferro agora está sendo negociado pelos valores mais baixos em dois anos e meio. Lembrando que estes são dois dos itens mais importantes da exportação brasileira.
A decisão da Opep+ de cortar a produção de petróleo em 2 milhões de barris diários pressiona os custos. Os importadores brasileiros estimam que a gasolina aqui está com defasagem de 16% em relação aos preços internacionais, e a diferença no caso do diesel é de 13%.
Para enfrentar esse cenário nebuloso, serão necessárias duras medidas de controle fiscal, reformas e o envolvimento de toda a sociedade.