O Brasil resiste a reencontrar o caminho do desenvolvimento. Mesmo com a expectativa de um novo governo a partir de 2019, a economia não cresceu como deveria em 2018, frustrando as expectativas de que o PIB chegaria a 3%.
O IBGE entregou o PIB de 2018 – apenas 1,1%, repetindo o resultado de 2017. Nada aconteceu de notável, a não ser o fato de termos saído da recessão, que assolava o país desde 2014, detonada pela falta de investimento privado.
O Brasil está na mesma posição em que se encontrava no primeiro semestre de 2012. Entre 42 países, está na 40ª posição. Abaixo da média mundial de crescimento do PIB – de 3,7%. E muito abaixo do grupo dos Brics – de 5,1%.
O país sofre as consequências da maior crise econômica dos últimos 30 anos. No auge dela, o desemprego atingiu 14 milhões de brasileiros, o PIB retrocedeu 8% em termos reais, e a riqueza nacional se reduziu em R$ 600 bilhões.
A recessão acelerou o desequilíbrio fiscal da União e dos Estados, que passaram a ter dificuldade para pagar fornecedores e o funcionalismo. A queda na arrecadação aumentou a dívida pública como proporção do PIB.
A crise fiscal não foi o único fator que desestabilizou a economia. Contribuíram também aspectos externos, mas o essencial foi o colapso do investimento, consequência que se faz sentir até agora, sem perspectivas de recuperação.
Para este ano, as projeções são que o crescimento chegue a 2,5%. O governo põe todas as suas fichas na reforma da Previdência, mas não é certo que ela, por si só, seja suficiente. Outra perspectiva são as privatizações.
O governo tomar a iniciativa é fundamental. Por outro lado, é preciso que retorne o investimento privado. Os empresários, no entanto, demonstram incerteza quanto às condições do governo de entregar o que prometeu.
A nova gestão não melhorou a confiança da sociedade na recuperação da economia a ponto de estimular os investimentos. Antes, vai ter de provar que consegue fazer a reforma da Previdência e implantar o pacote anticrime.