Uma grande oportunidade se abre para a economia mineira por meio da agricultura. Justamente no momento em que o câmbio está mais favorável, o Estado deve romper a safra recorde de café registrada em 2018 e produzir 33,5 milhões de sacas. Trata-se de um ganho de produtividade de 28,7% em relação ao ano passado, conforme apontado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As exportações do grão vivem uma espiral ascendente. Somente em setembro, as vendas externas de café renderam R$ 2,5 bilhões, mesmo com a queda do preço médio da saca de 60 kg no mercado internacional. E os exportadores nacionais afirmam que, se houvesse mais contêineres e espaço nas embarcações, os ganhos seriam até 15% maiores. Somente para a Alemanha, os produtores mineiros conseguiram ampliar as vendas em 10%, o que significa uma receita de US$ 540 milhões
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-USP), a cultura cafeeira representa em torno de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola mineiro. O bom momento da produção e do câmbio pode servir de âncora não apenas para as divisas internacionais do Estado, como também para a recuperação da economia como um todo. Afinal, com um crescimento acumulado de 3,9% no semestre, a agricultura foi o único segmento a apresentar alta no período em que a pandemia se tornou um poderoso freio para o PIB estadual, medido pela Fundação João Pinheiro (FJP).
Para isso, é preciso garantir que o crédito continue a fluir para que os agricultores possam investir não só em produção, mas em aprimoramento genético e novas práticas, bem como desenvolver as redes logísticas para que uma riqueza tão necessária não se perca nas estradas e nos portos