Flexibilizar a máscara

Desobrigar o uso da máscara ao ar livre, como anunciado pelo prefeito de Belo Horizonte na quinta-feira, significa uma nova etapa do enfrentamento da pandemia. Seguindo o exemplo de cidades como Rio de Janeiro, Brasília e capitais na Europa, Estados Unidos e Oceania, o comunicado vem com uma série de bons indicadores da Covid-19. Depois de a taxa média de transmissão ter ficado 51 dias acima de 100, hoje ele está em torno de 75. Isso quer dizer que cada 100 pessoas com o vírus o transmitem para 75, apontando a curva de contágio para baixo.

Também pesa para a flexibilização do uso da máscara o bom comparecimento da população aos postos de vacinação. Atualmente, 95% dos moradores da capital acima dos 12 anos receberam a segunda dose dos imunizantes, e o reforço vacinal cobre mais de 45% desse grupo.

É importante ressaltar que a flexibilização do uso da máscara não é o fim da pandemia. A proteção continuará necessária em ambientes fechados e no transporte coletivo, principalmente. Mesmo ao ar livre, o distanciamento deve ser mantido – para evitar exposição aos vírus expirados, inclusive por positivados assintomáticos –, bem como a higienização do ambiente e de objetos que possam vir a ser tocados ou manipulados por outras pessoas.

A experiência dos países europeus em 2021 também ensinou que desobrigar o uso de máscara deve ser acompanhado pela intensificação do monitoramento dos casos confirmados. Um exemplo foi o Reino Unido, que, precisou recuar da liberação em pouco tempo por causa da larga proliferação da variante ômicron.

O sucesso da retirada da máscara ao ar livre dependerá essencialmente da responsabilidade e da vigilância constante e conjunta de autoridades e da população.