O iminente colapso do sistema de saúde no Triângulo Mineiro mostra, em escala local, que o momento da pandemia em todo o país não abre espaço para relaxamento da prevenção e exige urgência na imunização. Em Monte Carmelo, por pouco não assistimos à falta de oxigênio como em Manaus. O prefeito do município, Paulo Rocha (PSD), atribuiu a aceleração do contágio às viagens do fim do ano passado. Outra cidade da região, Uberlândia, a segunda maior do Estado, atingiu 98% de ocupação geral dos leitos de UTI, segundo o boletim de terça-feira, índice semelhante aos registrados no meio do ano passado, no pico da primeira onda de casos.
Além do descuido no isolamento social, há a possibilidade de uma variante do coronavírus estar circulando em território mineiro, apesar de a Secretaria de Estado de Saúde não confirmar a presença da mutação em Minas Gerais. Um estudo da UFMG analisa o sequenciamento genético de amostras mineiras para investigar se uma nova cepa já está no Estado.
Para impedir que o vírus se desenvolva para formas potencialmente mais perigosas, é preciso acelerar a vacinação e seguir os protocolos que evitem o contágio.
A extensa dimensão territorial do Brasil pode dar a moradores de algumas regiões com índices mais baixos a sensação de que a pandemia caminha para o fim. Essa falsa ideia é dissipada quando analisamos os dados. No último domingo, o país atingiu a maior média móvel de mortes desde junho do ano passado, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. Há registros de colapso na saúde em outros Estados, como Bahia e Santa Catarina.
Mesmo com a vacina chegando, o esforço da população nas medidas restritivas é essencial.