A Caixa Econômica Federal deve começar a liberar hoje o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com limite de R$ 1.045 por trabalhador. Esta é mais uma medida do governo federal que visa reduzir os impactos da crise provocada pela pandemia de Covid-19 na economia e que prevê movimentar R$ 36 bilhões.

O recurso do fundo chega às mãos dos trabalhadores no momento em que eles mais precisam, tendo em vista que 53,5% das famílias brasileiras tiveram a renda impactada pela pandemia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. A tendência é que os 60,8 milhões de trabalhadores que devem ser beneficiados usem o dinheiro para ter acesso a serviços e produtos de primeira necessidade para passar pelo período de crises.

O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, garante que a iniciativa não causará prejuízo fiscal para o governo, mas alerta que as medidas econômicas relacionadas à pandemia já comprometeram o equivalente a 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O novo saque do FGTS será possível graças à transferência de R$ 21,5 bilhões do fundo do PIS/Pasep.

Essa preocupação com as contas públicas deve ser permanente, mas não seria obstáculo em períodos de calamidade se houvesse maior equilíbrio fiscal no país.

A cada dia que passa, as crises sanitária e econômica avançam contra a população mais pobre. E ninguém melhor do que o próprio cidadão para saber o que fazer com o dinheiro que lhe pertence. Só ele pode definir as prioridades, entre pagar dívidas e comprar remédios ou alimentos. Por isso, o valor de um salário mínimo que começa a ser liberado pode parecer insignificante para alguns, mas é vital para muitos.