Garantia de energia

Além dos temores em relação às inundações, aos deslizamentos e ao risco à vida das pessoas, a chegada das chuvas intensas traz uma preocupação adicional com as quedas de fornecimento de energia elétrica e as consequências disso para o funcionamento das empresas em um período de incertezas na recuperação da economia.
No mês de agosto, o Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas, mostrou um recuo de 1% na atividade econômica, puxada pela queda acentuada no setor de serviços e de uma retomada tímida da indústria. Em Minas Gerais, o indicador de confiança da indústria caiu dez pontos em relação a agosto, de acordo com o Iscon/Sebrae. No caso dos serviços, o recuo foi de seis pontos. Isso indica que a superação dos entraves provocados pela pandemia não se dará sem dificuldades ou desafios para os empresários.
Por isso, a confiança no fornecimento estável e seguro de energia é essencial. Cada minuto parado significa maiores riscos de perdas de estoques (no caso dos negócios que trabalham com insumos perecíveis), maior tempo de ociosidade forçada das equipes, sem falar nos perigos de pane em equipamentos elétricos (afetando a produtividade e a rentabilidade).
Desde o início do ano, produtores e consumidores já lidam com altos custos da energia. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a tarifa de eletricidade subiu quase cinco pontos percentuais a mais que a inflação oficial medida pelo IPCA. Fora as bandeiras tarifárias e o adicional de escassez hídrica que pesam sobre os custos de produção e sobre os preços finais. 
Do restabelecimento ágil do abastecimento e, principalmente, da segurança de um fornecimento confiável neste período de chuvas depende todo o ciclo produtivo para se recuperar e evitar maiores perdas de recursos e empregos.