Oito em cada dez mineiros afirmam que seus filhos voltarão às salas de aula só quando houver uma vacina. É um índice maior do que a média nacional, que é de sete em cada dez. Infelizmente, não há perspectivas de que uma campanha nacional de imunização ocorra em 2020, o que pode inviabilizar a retomada do ano letivo.

O Brasil é um dos países há mais tempo com escolas fechadas. São pelo menos duas semanas a mais que a média dos integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E a entidade aponta que a redução das capacidades dos alunos com essa parada forçada custará às nações 1,5% do Produto Interno Bruto – R$ 112 bilhões são praticamente o mesmo valor previsto na Lei Orçamentária Anual para 2021 para toda a Educação.

Esses são dados que mostram a urgência de se avaliar a questão sem paixões. Isso não quer dizer que se devam expor crianças e adolescentes ao risco inadvertidamente para preservar a economia. Urge ter planos consistentes para um retorno – que certamente vai ocorrer – às aulas presenciais. Isso ultrapassa ter marcações no pátio ou permitir recreios em horários diferentes. Professores e outros profissionais já deveriam ter começado a receber capacitação para lidar com desafios como o de crianças do ensino infantil trocando máscaras entre si ou como conversar com sua turma no caso de uma contaminação ou pior a morte de um dos alunos.

E não é só isso. Estudantes e pais devem ser mais que orientados, eles precisam ser conscientizados à exaustão de que a pandemia não acabou e que o risco persistirá por meses após a descoberta de uma vacina eficaz. Esse é o dever de casa de toda a comunidade escolar e que não pode mais ser ignorado sob pena de pôr em risco a saúde e o futuro de nossas crianças.