Novo normal da leitura é voltar a ler

Dois anos de pandemia incorporaram ao vocabulário popular a expressão “novo normal” para se referir às transformações na vida cotidiana. Ao que parece, uma dessas mudanças é a retomada do gosto pela leitura. No primeiro trimestre deste ano, o número de volumes comercializados cresceu 15,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Painel de Varejo de Livros do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Um resultado a ser comemorado, principalmente quando se tem em mente que os 55 milhões de unidades comercializadas em 2021 superaram todas as expectativas para o setor.

O isolamento social e o home office ajudaram a impulsionar os resultados do segmento editorial no ano passado. Com isso, incentivou escritores e editores a produzir novos títulos: quase meio milhão de lançamentos nos três primeiros meses deste ano.

Outro ponto a ser ressaltado é o de que o segmento da literatura infantojuvenil e educacional foi o que mais cresceu em relação a 2021, e hoje representa R$ 3 de cada R$ 10 faturados pelo segmento editorial no Brasil. Trata-se de um fato que traz esperanças da formação de um novo público leitor e da renovação da produção de literatura.

Apesar das boas notícias, transformar essa janela de oportunidade em um “novo normal” demandará esforço e persistência. Essa mesma geração que passou a consumir mais escritos (físicos e digitais) é vítima de um atraso de aprendizagem decorrente do tempo fora de sala de aula e precisará de estímulos para superar as barreiras de compreensão e manter o foco. Tornar-se o facilitador de uma nova geração de leitores que encontre prazer e descoberta na palavra escrita é a tarefa conjunta e urgente de cada pai e educador no Brasil.