Passaporte da vacina

A adoção, desde segunda-feira, do chamado “passaporte da vacina” dos estrangeiros chegados ao Brasil é um reforço às medidas de contenção à pandemia no momento em que a variante ômicron lança dúvidas sobre o arrefecimento da Covid-19 no mundo. Na Grã-Bretanha, uma morte pelo vírus mutado foi confirmada pelo governo e, em Minas Gerais, pelo menos quatro pessoas vindas do exterior tiveram suspeita de infecção pela nova cepa.

O Brasil obteve grandes conquistas no combate ao coronavírus. Hoje, mais de 65% da população está completamente vacinada, à frente de países que iniciaram a imunização antes de nós. É um fato que comprova a expertise do SUS, adquirida em campanhas de vacinação bem-sucedidas contra outras doenças. E é preciso garantir que essa conquista seja preservada e atinja cada vez mais pessoas e mais rápido.

Pelo menos 15 países, como Grã-Bretanha, Estados Unidos, França, Alemanha, Chile e Argentina, por exemplo, adotam a exigência de comprovantes de vacinação das pessoas que entram em seu território. Uma medida que, segundo a ex-integrante do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e vice-presidente do Sabin Vacine Institute, a epidemiologista Denise Garrett, reduz em cinco vezes as chances de infecção pelo coronavírus.

Mas, como a pandemia prova diariamente, não há soluções únicas contra a Covid-19. Ao lado de monitoramento eficaz e abrangente do passaporte, é preciso haver adesão aos programas de vacinação, com comparecimento aos postos para dose de reforço e manutenção das medidas de prevenção, como o uso de máscaras e distanciamento social, para garantir que todos possamos superar essa doença e ir e vir livremente outra vez, sem pôr a vida em perigo.