Editorial

Peso sobre a saúde

Impactos e riscos da obesidade da população


Publicado em 23 de outubro de 2020 | 03:00
 
 
 
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O fato de sete em cada dez belo-horizontinos estarem acima do peso não é uma questão estética, mas de saúde pública, como bem alertou a repórter Tatiana Lagôa em reportagem publicada ontem em O TEMPO. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério da Saúde demonstram que, em todo o país, o percentual da população com sobrepeso e obesidade cresceu 60% em 15 anos.

Longe de mostrar uma melhoria da alimentação na sociedade, os dados comprovam um preocupante desvio nutricional e comportamental que acarreta severas perdas.

Pesquisadores dos ministérios da Saúde e da Educação publicaram na “Revista Pan-Americana de Saúde Pública”, em abril deste ano, que obesidade e doenças ligadas a ela como hipertensão e diabetes, geraram um custo de R$ 3,45 bilhões ao SUS em 2018. E, em outro estudo, o Banco Mundial projeta que os custos totais, incluindo a rede privada, podem passar de R$ 50 bilhões dentro de 30 anos.

Mas as implicações não são apenas econômicas. A cada ano, 168 mil pessoas morrem no Brasil por motivos relacionados ao excesso de peso, calculam pesquisadores da Escola Paulista de Medicina e do CDC norte-americano. E a situação tende a se agravar, uma vez que o sobrepeso e a obesidade são fatores críticos de comorbidade para a Covid-19. Um estudo na Califórnia constata que, devido ao aumento dos processos inflamatórios e à formação de coágulos, uma pessoa com o excesso de gordura corporal tem quatro vezes mais chances de morrer quando infectada pelo coronavírus.

Não há outra receita senão monitoramento frequente, atividade física e dieta equilibrada para conter essa pandemia, tão perigosa para a sociedade quanto a da Covid-19.

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