Editorial

Prejuízo ambiental com destruição das florestas

Brasil lidera ranking de matas primárias destruídas em 2021

Por Editorial O TEMPO
Publicado em 02 de maio de 2022 | 03:00
 
 
 
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Na última semana, o Brasil apareceu no topo de um indicador ambiental, infelizmente. Somos o país que mais perdeu área de florestas primárias em todo o mundo no ano passado, como revelou estudo do Global Forest Watch, da Universidade de Maryland (EUA). Sobre os cerca de 15 mil quilômetros quadrados de matas dizimados, é como se, ao fim de um ano, uma área equivalente a uma vez e meia toda a região metropolitana de Belo Horizonte desaparecesse.

Matas primárias são aquelas que nunca haviam sido tocadas pela mão humana, e o Brasil abriga um terço de todas as florestas tropicais do gênero de todo o planeta. Mas, de acordo com os pesquisadores do observatório norte-americano, elas vêm sendo devastadas a grande velocidade nos últimos sete anos. Somente em 2016, foram 30 mil quilômetros quadrados perdidos. Os motivos são a agricultura predatória, falta de fiscalização, mudanças nas políticas públicas de preservação ambiental e práticas ilegais.

As perdas decorrentes dessa devastação vão muito além do visual. A Global Forest Watch estima que a derrubada da vegetação em toda a Terra no ano passado tenha lançado na atmosfera 2,5 gigatoneladas de dióxido de carbono. Este é o mesmo volume do poluente emitido pela Índia – a sétima maior economia do mundo e a quarta que mais cresceu no ano passado – e um obstáculo gigantesco no caminho para atingir a meta de redução do aquecimento global.

E, para quem acha que a elevação das temperaturas gera apenas desconforto, uma pesquisa conduzida pelo governo dos EUA estima em US$ 1,7 trilhão os prejuízos financeiros em função do aquecimento global – valor pouco menor do que o gerado por toda a economia brasileira no ano passado. Logo, não é exagero dizer que queimar florestas é queimar dinheiro.

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