Editorial

Questão humanitária

Migração ilegal coloca pessoas, incluindo crianças, sob risco


Publicado em 27 de janeiro de 2022 | 03:00
 
 
 
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O sonho de uma vida melhor em terras estrangeiras terminou para 211 migrantes ilegais que desembarcaram no aeroporto de Confins, ontem, vindos dos Estados Unidos. O voo chama atenção pela quantidade de crianças e adolescentes, cerca de 90. Essa “remessa” mostra que as pessoas estão dispostas a pagar um preço alto para fugir de fatores que ameaçam a qualidade de vida no Brasil, como a inflação e a violência.

O problema é que, ao tentar escapar dessas mazelas, os emigrantes acabam alimentando a cadeia criminosa da migração ilegal, que tem em seu bojo tantos outros crimes, como o tráfico humano e de drogas.
A inserção de crianças nessa trama perigosa serve como estratégia, uma vez que os Estados Unidos não deportam imediatamente adultos acompanhados por menores de idade. A Polícia Federal (PF) vai investigar como as crianças que chegaram a Confins, ontem, foram parar ilegalmente nos EUA. 

A ação das autoridades tende a ser cada vez mais demandada com o aumento do fluxo migratório causado pela deterioração econômica na América do Sul, incluindo o Brasil. Dados da Alfândega e Controle de Fronteira dos EUA apontam que, no ano passado, quase 30 mil migrantes ilegais brasileiros foram presos na fronteira sul daquele país.

A migração é um fenômeno presente em todos os momentos da história da humanidade e é motivado por diversas circunstâncias. No mundo moderno, aspectos socioeconômicos estão na base de constantes crises migratórias. 
Trata-se de um problema de ordem humanitária, que precisa ser enfrentado com políticas locais e globais pelos governos, preservando a dignidade humana de quem é forçado a deixar sua terra natal.

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