Editorial

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Resiliência da indústria do cinema


Publicado em 12 de janeiro de 2020 | 03:00
 
 
 
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Não faltam críticos que já assinaram o “atestado de óbito” do cinema no Brasil por causa da economia, da produção nacional ou do avanço da internet, mas os números divulgados pela Ancine na última semana mostram que ele está vivo e buscando um espaço maior.

No ano passado, a bilheteria e o público cresceram significativamente. A renda subiu 13%, atingindo R$ 2,74 bilhões – em boa parte pelo aumento de custo –, mas o número de espectadores também avançou 7,66%, com 172,2 milhões de pessoas nas salas de exibição brasileiras.

Nos últimos dez anos, o crescimento do público cinéfilo foi de cerca de 53%, mesmo com o advento dos serviços de streaming, como a Netflix (que começou a operar no país em 2011), que conquistam audiência pela comodidade e pelo custo-benefício, além de já concorrerem até com a indústria cinematográfica.

E quem tem o hábito de condenar as produções nacionais teve que conter o ímpeto. Filmes como “Minha Mãe É uma Peça 3” figuraram entre os de maior bilheteria e superaram blockbusters de Hollywood, como o último episódio da saga “Guerra nas Estrelas”.

Mas, apesar das boas notícias, ainda há muito espaço a recuperar. O número de salas é proporcionalmente baixo: uma para cada 62 mil habitantes (um terço delas está no Estado de São Paulo). Nos EUA, a relação é de uma para cada 7.900 habitantes.

Além disso, ainda é um lazer muito caro para a maior parte da população. Enquanto um norte-americano que recebe um salário mínimo tem que trabalhar uma hora para pagar o valor médio de uma ida ao cinema, o brasileiro precisa de um dia inteiro de trabalho para bancar essa opção de lazer, segundo dados do presidente da rede Cinemark, Valmir Fernandes.

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