A aprovação do edital de 5G pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ontem, foi um importante passo do Brasil em direção à nova geração da internet. Essa tecnologia vai aumentar a velocidade das conexões, permitindo um leque de aplicações que vão beneficiar desde a medicina e a indústria 4.0 até atividades cotidianas, como chamadas de vídeo e carregamento de arquivos.A consolidação dessa nova era no país deve acontecer num período de dois a quatro anos, quando o 5G estará efetivamente disponível para boa parte da população. Até lá, a sociedade e as instituições precisam acompanhar o processo para garantir que o resultado beneficie a economia nacional e o consumidor brasileiro.
Dentro das iniciativas que visam à lisura da implementação do 5G no Brasil, o Senado Federal vai fiscalizar as ações por meio de audiências públicas na Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa. Este será um dos canais pelos quais a sociedade poderá acompanhar o processo de introdução de uma das maiores revoluções tecnológicas da história.
O Brasil ainda enfrenta barreiras para a universalização do acesso ao meio digital, e a chegada do 5G será uma oportunidade para combater essa mazela, evidenciada na pandemia da Covid-19. Apesar de 81% da população nacional ter acesso à internet, em 90% das famílias das classes D e E a conexão é feita de maneira precária, por smartphones com baixa velocidade de transmissão de dados.
A aprovação do edital é um avanço, mas já passava da hora de o país se mexer. Nações desenvolvidas estão há pelo menos três anos implementando o novo modelo. Os benefícios do 5G virão no longo prazo, gradativamente, e qualquer atraso mínimo significa o aumento do abismo que separa o Brasil da era da informação.