As 43 mil mortes de idosos evitadas nos primeiros meses deste ano são um poderoso advogado da vacinação contra a Covid-19. O estudo da Universidade Federal de Pelotas em parceria com a Universidade de Harvard, analisando os óbitos pela doença entre janeiro e maio, mostram uma redução da mortalidade de 28% para 16%, na população entre 70 e 79 anos, e para 12% nos brasileiros acima dos 80 anos.
Não foi apenas o fato de esses grupos terem sido incluídos entre os primeiros a serem vacinados no país, mas o comprometimento com a imunização que possibilitou esse resultado. Os pesquisadores mostraram que nove em cada dez brasileiros acima dos 70 anos compareceram aos postos de saúde na campanha.
É uma vitória da saúde e da vida contra uma pandemia que já cobrou meio milhão de vidas brasileiras – 44 mil delas, mineiras. Contudo, a guerra contra o vírus está longe de terminar. Estudos da Fiocruz mostram que a mortalidade está avançando com maior ferocidade entre os mais jovens. Na faixa entre 40 e 49 anos, o crescimento foi de 692% até maio; e, entre 20 e 29 anos, o salto foi de 659%. Dois grupos que, aos poucos, estarão sendo imunizados a partir da adoção do critério de faixa etária pela campanha nacional de vacinação.
O sucesso dependerá igualmente do comprometimento e da superação de ideias preconcebidas e medos irresponsavelmente disseminados em redes sociais. Apesar dos avanços, como a aplicação de 2,2 milhões de doses na última quinta-feira – um ritmo que, se mantido, permitirá atender todos os adultos até o fim do ano –, apenas cerca de 12% da população está totalmente imunizada. Vacinar-se e manter as medidas de prevenção ao contágio é o único caminho para que o país supere de vez esta pandemia.