Editorial

Venda de carro novo acelera a economia

Com queda nos juros, setor vende 2,3 milhões de veículos

Por Editorial O TEMPO
Publicado em 08 de janeiro de 2024 | 07:00
 
 
 
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O aquecimento das vendas de carros zero quilômetro no Brasil é motivo de otimismo para a economia brasileira em 2024. Segundo dados vulgados na semana passada pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o ano passado foi o primeiro desde 2019 em que foram licenciados mais de 2 milhões de veículos novos (2,3 milhões). Somente em dezembro de 2023, foram quase 250 mil unidades.

O crescimento anual de 9,7% foi resultado de dois fatores. O primeiro, pontual, foi o programa de incentivo fiscal que liberou R$ 1,8 bilhão para aquecer o mercado de automóveis de entrada, efetuado nos meses de junho e julho.

O segundo fator, de mais longo prazo, foi o início da redução dos juros conduzida pelo Banco Central. De agosto a dezembro, a Selic baixou de 13,75% para 11,75%. E a última projeção do ano passado no Boletim Focus apontava para taxas menores que 9% nos próximos dois anos.

A redução de juros é vital para a aceleração da economia, em especial no setor automotivo. Atualmente, cerca de 30% dos veículos novos são financiados, mas esse índice já havia sido de 70%, o que favorecia seguidos recordes de produção.

Não se trata de um benefício localizado. As montadoras respondem por um quinto do Produto Interno Bruto brasileiro e pela geração de 100 mil empregos diretos todos os anos. São números que, devido à capilaridade e à diversidade da cadeia produtiva, produzem um efeito virtuoso em toda a economia, oportunizando novos negócios e empregos e acelerando o consumo.

A continuar a queda da Selic, a previsão é que as vendas cresçam pelo menos 12% em 2024.

Contudo, além da redução dos juros, é preciso políticas públicas que ataquem outros gargalos, em especial a burocracia. Somente na indústria automotiva, o processo de calcular, declarar e recolher impostos consome mais de R$ 2 bilhões anuais.

É urgente o país persistir no combate aos juros altos e à burocracia tributária. Só assim conseguirá acelerar um crescimento econômico sustentado e duradouro.

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