Da base ao adulto

Em live, Marcelo Mendez detalha ambições com projeto do vôlei argentino

Treinador do Sada Cruzeiro tem planos para curto, médio e longo prazo pensando no desenvolvimento dos atletas do seu país de origem

Por Daniel Ottoni
Publicado em 09 de julho de 2020 | 13:30
 
 
 
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O técnico Marcelo Mendez, do Sada Cruzeiro, está em Buenos Aires, mas mantém contato com muitos conhecidos do vôlei brasileiro com as lives, que se tornaram frequentes no período da quarentena. 

Nesta quarta-feira, ele participou de transmissão com Giovani Foppa, preparador físico que trabalhou no time celeste entre 2010 e 2012 e esteve no Sesc (RJ) na última temporada. Foppa também tem experiência internacional e está com um novo projeto de gestão esportiva que leva o seu nome. 

Além de lembrar muitos dos fatores que ajudaram para o sucesso com o Sada Cruzeiro, Marcelo Mendez também falou sobre seus desafios à frente da seleção argentina. 

Confira o que ele disse de melhor sobre este objetivo paralelo em sua carreira:

Defender seu país:

"É um desafio lindo e muito grande. Todo treinador quer trabalhar em alguma seleção, principalmente a do seu país, é algo ainda mais especial. Temos um time que sabe jogar bem, possui algumas deficiências mas está melhorando muito. O atleta argentino joga bem, temos trabalhado em melhorar algumas coisas técnicas, especialmente com os mais novos e introduzindo aspectos físicos, outro fator que precisa de evolução. Não sei onde podemos chegar, no ano passado fomos bem, nos classificamos para a Olimpíada e demos oportunidades para muitos jovens. Fomos ouro no Pan com o time principal, o elenco cresceu muito e nosso plano era pensando neste ano. Mas, agora, temos que focar em 2021 com o adiamento da Olimpíada"

Mudança de planejamento durante a quarentena

"É difícil, mas estamos tentando trabalhar da melhor forma. Todas as seleções estão com dificuldades nesta quarentena. Nosso preparador está fazendo um acompanhamento físico com os jogadores e eles também têm trabalhado com vídeo para tentar aprimorar a parte técnica. Isso vai facilitar para quando eles chegarem aos clubes ou a própria seleção, vai dar um panorama mais claro. Nosso manager também faz um trabalho de gestão com todos eles. Alguns estão na Europa, outros na capital e mais alguns no interior do país. Os do time adulto vão todos jogar na Europa na próxima temporada, isso pode ser positivo e contribuir para que eles cresçam ainda mais"

Projeto na base

"É um projeto nacional que começou agora em junho em parceria com a Secretaria de Esporte do país. A ideia é detectar talentos por meio do biotipo, algo que precisa ser desenvolvido em todo país. É uma ação que não envolve grande quantia financeira. São oito captadores no país, um projeto ambicioso e difícil de monitorar em uma extensão tão grande. Mas estamos caminhando e temos muita fé e esperança que frutos serão colhidos. Espero que ele seja mantido para os próximos anos". 

Concorrência de outros esportes

"Temos grande concorrência com o rugby e, principalmente, o basquete. Este último tem jogadores que são bem trabalhados, uma liga forte, e tornou-se uma potência até pela cultura que foi criada na Argentina. É difícil competir com eles e temos que buscar jogadores nas escolinhas, os professores precisam sair para encontrar talentos, não dá para ficar esperando que estes jovens apareçam. Antes era assim, hoje não mais. É preciso usar a internet, ir nas escolas, buscar atrativos para chamar atenção deles". 

Facilidade de assimilação dos ensinamentos

"O jogador argentino tem um poder de adaptação muito grande. Quando é passada uma orientação tática, eles pegam as coisas muito rápido. Ainda temos que melhorar técnica e fisicamente e precisamos pensar sempre na evolução dos atletas. Este trabalho de base bem feito por perdido tanto na Argentina como no Brasil"

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