Ícone do rock nacional, Nasi marcou gerações com sua voz poderosa à frente da banda Ira!, eternizada em sucessos como ‘Envelheço na Cidade’ e ‘Tarde Vazia’. Nesta quarta-feira (30), ele foi o convidado de Ronnie Von no programa Companhia Certa, exibido à 0h, na RedeTV!. No talk show, o artista revisitou episódios especiais da carreira e falou abertamente sobre sua trajetória no grupo que fundou na década de 1980.

Ao longo da entrevista, Nasi relembrou a separação da banda em 2007, pouco tempo depois do lançamento do disco Invisível DJ.

“Nunca quis sair, queria tirar umas férias. Eu e o Edgar [Scandurra] somos os líderes da banda e estávamos muito separados […] Foi uma grande trapalhada, acho que todo mundo meteu os pés pelas mãos”, afirmou. “Sabe aquela máxima, ‘cachorro que tem muito dono morre de fome’? O Ira! estava assim, com muitas lideranças”, analisou o cantor.

Mesmo com os desentendimentos, a força criativa do Ira! falou mais alto, e a banda retornou aos palcos em 2013, após a reaproximação entre Nasi e Edgar Scandurra.

“O destino conspirou a nosso favor. Nós vimos que ainda existia fogo na brasa e voltamos”, disse o vocalista, feliz com a retomada. O primeiro show aconteceu em um evento beneficente e contou o repertório baseado nos dois primeiros discos do grupo, Mudança de Comportamento (1985) e Vivendo e Não Aprendendo (1986).

Na edição, Nasi, que já soma mais de 40 anos de carreira, também falou dos projetos solo. Ao todo, são nove discos lançados que dão vazão a outras referências musicais que caminham em paralelo ao Ira!: “Para a gente é um exercício artístico, nem tudo que eu gostaria de cantar, posso levar para o Ira!, por exemplo o blues, que é minha paixão”.

A conversa ao lado de Ronnie ainda revelou um momento de reflexão do artista, que se mostrou frustrado em relação ao cenário musical no País: “[Hoje] a música está sendo mais utilizada para diversão das pessoas, antes fazia parte da formação filosófica […] Quem sabe não esteja para surgir uma nova geração de garotos que toquem. Eu acho difícil, sou cético, mas se ao menos a qualidade da música mudar”, avaliou.

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