Ela é um manual de psicografia do princípio ao fim

A presença da mediunidade na Bíblia é uma realidade indiscutível

Redação O Tempo


Publicado em 13 de julho de 2015 | 03:00
 
 
 
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A mediunidade é hoje estudada em universidades, e é também bíblica. Para Nehemias Marien, um dos maiores biblistas brasileiros, a Bíblia é um manual de psicografia do princípio ao fim. E dizemos que ela é também um manual de psicofonia (fala de um espírito por um médium).

Os teólogos não instruíram as pessoas sobre a realidade dos espíritos e dos anjos na Bíblia. Eles confundiram-nos com Deus (denominado também por um dogma de Espírito Santo) e com demônios (no original grego ”daimones”), tidos, erradamente como sendo somente espíritos maus, quando eles são os espíritos dos mortos (Deuteronômio, capítulo 18). Os demônios podem, pois, ser também bons e até santos canonizados pela Igreja. Se Deus permitisse que só os demônios maus se manifestassem, Ele estaria colaborando com a divulgação do erro, pois os demônios maus só transmitem falsas doutrinas.

Também os anjos são espíritos humanos evoluídos, bons. Eles podem ser também maus, daí a expressão “anjo mau”. Mas o significado verdadeiro de “anjo” é “mensageiro” (“aggelos”, em grego, e “angelus”, em latim), isto é, office-boy do mundo espiritual. O anjo Gabriel, por exemplo, é um mensageiro do mundo espiritual, que veio trazer para Maria Santíssima e o mundo a mensagem de que ela seria a Mãe do Messias. Inclusive, o seu próprio nome Gabriel significa “homem de luz”, “homem divino”.

Esqueçamos, pois, a ideia errada de que anjo é um jovem vestido de branco e de asas, embora Isaías até fale em anjos de seis asas (Isaías 6: 2), o que cremos que se trate de uma força de expressão. Todo anjo é, pois, um espírito, mas nem todo espírito é anjo, sendo anjo apenas quando for mensageiro. Mas numa coisa acertaram os teólogos, pintores e escultores, ou seja, quando deram aos anjos forma humana, já que, como foi dito, anjos são mesmo espíritos humanos (ver mais em meu livro “A Face Oculta das Religiões”, EBM e Megalivros, SP, lançado também nos Estados Unidos em inglês).

Um anjo do Senhor apareceu a Zacarias informando-o de que ele e sua esposa Isabel seriam os pais de João Batista, o Precursor ou o Elias que voltaria para preparar o caminho do Messias (Lucas 1: 5 a 17; Malaquias 4: 5; Mateus 11: 14; Mateus 17: 10 a 13; e Marcos 9: 9 a 13).

O Apocalipse é psicofonia e psicografia simultâneas, pois João ouviu e escreveu. “Eu, João, ouvi e vi estas coisas. E, depois de ter ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que me mostrava isso, para adorá-lo. Mas ele me disse: ‘Não faças isso! Sou um companheiro de serviço, teu e dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. É a Deus que deves adorar’” (Apocalipse 22: 8 e 9).

Também o Decálogo não foi entregue a Moisés por Deus, mas por um demônio bom ou anjo bom (Atos 7: 30).

Nos exemplos vistos, não foram o Espírito Santo ou demônios maus que se manifestaram, mas anjos bons ou demônios (“daimones”) bons. Na Bíblia, frequentemente, fala-se em anjos ou espíritos, que são enviados do mundo espiritual. Não é, pois, o próprio Deus (o Espírito Santo dogmático) que se manifesta, e sim, anjos e demônios (“daimones”) bons!

11º Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, de 29.8 a 30.8.2015, na USE, em São Paulo, com o tema geral “Panorama atual das pesquisas científicas sobre reencarnação”. Contato: sampaiojader@yahoo.com.br

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