Um comentarista do Portal O Tempo disse que gosta de ler essa coluna para aprender mais sobre o espiritismo, mas que o colunista fala mais sobre reencarnação e pouco sobre as outras questões da doutrina dos espíritos. Agradecemos-lhe a observação. E tentaremos, nesta coluna, explicar o motivo da repetição desse assunto, e, em outras colunas, tentar falar mais de outras questões.

Em parte, falamos muito sobre reencarnação por atenção aos comentaristas do fórum de religiões que se criou no espaço dos comentários do Portal O Tempo, principalmente aos novos leitores deste maior jornal de Minas, cujos números estão sempre crescendo. E a reencarnação está também muito presente lá. Ademais, é sob a ótica religiosa bíblica reencarnacionista que mais surgem comentários, que nos obrigam a voltar a esse assunto, mas sempre com algumas questões novas que envolvem direta e indiretamente essa questão. E como essa palavra é nova, tendo surgido com Kardec, por volta de 1860, ela não podia constar da Bíblia, pois os escritos bíblicos foram encerrados em fins do primeiro século. E isso provoca muitos assuntos, pois, sem a reencarnação, a compreensão da Bíblia capenga. É, pois, estranho que muitos ainda usem o argumento de que a reencarnação não existe porque ela não está na Bíblia.

Isso só pode partir de pessoas de pouco conhecimento dessa área e até mesmo da própria Bíblia, já que há nela sinônimos de reencarnação, por exemplo: “palingenesia” em grego, com a mesma grafia em português e, também, com som semelhante ao do português. (Recomendamos vê-la nos dicionários).

E na Bíblia, ela aparece em Mateus 19: 28; e Tito 3: 5, mas foi traduzida erradamente por regeneração, o que não é surpreendente, pois os tradutores são padres e pastores, que sempre foram contrários à reencarnação. E há outros sinônimos e expressões sobre ela na Bíblia, inclusive, a ressurreição que, às vezes, tinha o seu significado confundido com o da reencarnação, como já demonstramos em outras matérias.

E eis mais um exemplo bíblico que não é um dos que falam diretamente sobre a reencarnação, mas, pelo menos, a sugestiona: “Eu te constituí pai de muitos povos. Pai diante de Deus porque creu em Deus que vivifica os mortos e chama à existência o que antes não existia.” (Romanos 4: 17). É óbvio que os mortos vivificados ou que vivem outra vez, no presente, são os que reencarnam ou ressuscitam. Mas como ressuscitam? Ressuscitam na carne de um novo corpo, pois o que ressuscita é o espírito (1 Coríntios 15: 45), enquanto que o corpo volta ao seu pó e jamais se levantará. (Jó 7: 9). Portanto, ressurreição, nesse texto paulino, é também reencarnação de espíritos em novos corpos que nascem!

PS: Seminário com este colunista: “Deus nas Religiões”, em 29-9-2019, no Centro Espírita Camilo Chaves, das 8h às 12h, no Centro Espírita Camilo Chaves, rua Lindolfo Azevedo, 611, Jardim América, BH.