A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória, ensinam-nos a moral bíblica, espírita e universal da lei de causa e efeito.
Na cura do cego de nascença (João capítulo 9), os apóstolos demonstraram que acreditavam na lei de causa e efeito e na da reencarnação, pois perguntaram a Jesus se a causa da cegueira de nascença daquele homem era de responsabilidade dele ou dos seus pais. Eles admitiam a hipótese correta de o cego ter culpa numa vida anterior, e a errada de filho pagar pecado dos pais. Jesus respondeu-lhes que se tratava de um caso à parte. O homem nasceu cego para que Ele, Jesus, tivesse a oportunidade de curá-lo, e assim o povo cresse Nele. Nesse episódio, Jesus poderia ter condenado a reencarnação. Mas não o fez, porque ela é tão verdadeira quanto a lei de causa e efeito.
O espiritismo, o Consolador prometido por Jesus, tem colocado muita luz nas interpretações da Bíblia, pois Kardec, o verdadeiro reformador do cristianismo, prima pelo estudo racional dela e com uma fé raciocinada. Jesus afirmou que o Consolador a ser enviado completaria a sua missão, esclarecendo certas questões que Ele só falou em forma de parábolas, e que o Consolador faria as pessoas se lembrar das suas palavras. Jesus sabia que o cristianismo esqueceria as suas palavras, e que se desvirtuaria, enveredando por caminhos doutrinários diferentes do Evangelho. E Ele disse que tinha muitas coisas para ainda dizer, mas que não o faria porque as pessoas da sua época não tinham condições de as entenderem. O próprio apóstolo Paulo, ao se desdobrar, indo até o Terceiro Céu, não sabia se foi no corpo ou fora dele (2 Coríntios 12:2). Hoje, se sabe pela parapsicologia, a projeciologia, o espiritismo etc. que foi fora do corpo. Realmente, é o perispírito que sai do corpo e se desdobra. Mas Paulo já conhecia o perispírito, que ele denominou de corpo espiritual (1 Coríntios 15:44). As pessoas daquele tempo não podiam mesmo entender essas coisas. Do Pentecostes, nada se sabe do que foi dito. Só 18 séculos mais tarde, com Kardec e a ciência, as comunicações de espíritos foram esclarecidas.
O cristianismo tem dado mais valor a certas doutrinas e rituais do que à vivência real do que o Nazareno colocou como característica principal dos seus verdadeiros discípulos, ou seja, a que se baseia na máxima "Eu vos deixo um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei", isto é, amor de modo irrestrito e incondicional, até para com os inimigos!
Retomando a lei de causa e efeito, eis alguns exemplos bíblicos dela: "Se alguém matar à espada, é necessário que à espada seja morto" (Apocalipse 13:10); "Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também" (são Mateus 7:2); "... o que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6:7); "... como tu fizeste, assim se fará contigo: o teu malfeito tornará sobre a tua cabeça" (Obadias 1:15).
Quem não levar a sério essa moral bíblica, espírita e universal da lei de causa e efeito, cai inexoravelmente na "malha fina" do sofrimento e da dor!
PS:
14º Encontro para Estudo da Ciência Espírita, em Poços de Caldas (MG), no Espaço Cultural da Urca (com 2.000 lugares), da Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec, com 18 palestrantes de vários Estados, incluído este colunista, de 25 a 27.11.2011, coordenação de Sonia Sarti; (35) 3722-3545 e shambala@matrix.com.br.