Profissionalismo deve presidir negócios

Corretor trabalha de graça

Redação O Tempo


Publicado em 10 de setembro de 2015 | 03:00
 
 
 
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Acreditem! Nos dias atuais, em que todos exigem eficiência e rapidez, há clientes que acham natural que alguém trabalhe sem remuneração. Será que o proprietário do imóvel que solicita uma avaliação a um corretor de imóveis – que, caso cometa um erro, pode acarretar um enorme prejuízo – aceitaria pagar cursos para aprimorar seus conhecimentos, o Creci, ficar numa empresa o dia todo, gastar com automóvel, gasolina, telefone, para ir ao imóvel e depois fazer uma pesquisa de mercado para não ganhar nada? Certamente, o proprietário desse imóvel tem contas a pagar, como aluguel, impostos, energia elétrica, água, alimentação, entre outros. E assim, obviamente, recebe pelo seu conhecimento, por sua prestação de serviços ou pelo que produz.

De forma ilógica, em vários casos a imobiliária e o corretor não recebem pela avaliação. Somente são remunerados quando efetivamente conseguem o cliente para locar ou comprar o imóvel. Assumem sozinhos todos os riscos. Isso não é racional, pois tudo tem custo.

A ideia de emprego vem sendo substituída no mercado pela de prestação de serviços. Professores, advogados, técnicos em computação e até os profissionais da limpeza doméstica, dentre outros, costumam cobrar por hora de serviço prestado. Nem eletricista, bombeiro hidráulico ou técnicos que consertam eletrodomésticos comparecem à residência sem cobrar uma taxa mínima, em torno de R$ 70, que é exigida caso não seja contratado o serviço, pois seu tempo e conhecimento têm valor. Contudo, a corretagem tem sido exercida com amadorismo, inclusive por diretores de imobiliárias, tendo várias delas encerrado suas atividades por não mensurarem seus custos.

Consiste numa falta de respeito o proprietário de imóvel abusar da boa-fé do corretor, que gasta seu tempo para avaliar, e depois realizar o negócio sem a sua intermediação para que este não ganhe nada. Estranhamente, esse desrespeito com o corretor conta com a sua colaboração, especialmente quando de forma amadora “avalia” um imóvel por telefone, o que demonstra falta de postura profissional.

Como entender uma imobiliária ou corretora de imóveis que emprega a força de trabalho de sua equipe de graça? Algo está errado! Empresas e pessoas competentes não têm tempo para trabalhar de graça. O corretor deve cobrar pela avaliação, e, sendo vendido o imóvel, esse valor será descontado da comissão.

Diante da realização de avaliações descompromissadas, vemos muitos proprietários de imóveis realizando locações e vendas por valores equivocados, que, sendo inferiores ao preço de mercado, podem gerar prejuízos em torno de 30%. E outros, diante da obtenção de uma avaliação acima da realidade de mercado, ficam anos tentando negociar o bem, perdendo tempo e deixando de realizar a transação por não ter uma orientação profissional compromissada com a eficiência.
Diante do fim do boom imobiliário, muitos amadores saíram do mercado, fato que poderá melhorar o padrão da corretagem.

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