Nasceu há 25 anos, no dia 21 de novembro de 1996. Mas sua história começou bem antes, com a criação da Sempre Editora e a aquisição de dois semanários: em Betim, no ano de 1989, e o Pampulha, em 1995. A semente já estava plantada.
Vestido de modernidade e um quê de irreverência, o jornal O TEMPO, como todo jovem idealista, entrou revolucionando a imprensa mineira. Quis abraçar o mundo e abraçou. As ruas, os bairros, a cidade, o Estado, o país, o planeta inteiro! De tudo ele dava notícias e continua dando, sempre de maneira isenta e profissional.
Saiu na vanguarda, inovou, coloriu todas as suas páginas (quando isso não era o usual), digitalizou suas fotos, quando as máquinas digitais eram pouco conhecidas, lançou cadernos como “Fim de Semana” e “Engenho e Arte” e criou páginas temáticas, como “Blequitude”, “GLS”, “Esotérico”, entre outras. E ganhou prêmios por isso, pela ousadia e pela coragem de quebrar tabus.
Criado com base em várias pesquisas e estudos, O TEMPO não nasceu por acaso. Nasceu pela constatação de que Minas comportaria mais um veículo, já que na época mais de 50% das vendas de jornais impressos eram de fora. Como diria Herval Braz, responsável pela implantação do projeto, seria como imaginar “O Globo” vendendo mais em São Paulo que no Rio. Alguma coisa estava errada...
Ficou claro desde o início que O TEMPO seria um jornal diferente e que teria um futuro promissor. Por isso, foi feito um grande investimento em tecnologia, qualidade gráfica, mas, principalmente, na qualidade editorial.
Uma publicação independente, aberta a opiniões contrárias, dando-lhes o mesmo espaço, pautada pela ética e pela imparcialidade, cuja proposta é apurar e reportar a informação exata, de modo apartidário e crítico, pois um jornal que não tem isenção está fadado a diminuir a credibilidade e os leitores.
Vinte e cinco anos... E tantas metas alcançadas. Anos que passaram rápido, marcados por grandes desafios e realizações. Um jornal completo que caiu no gosto do leitor.
Em 25 anos de circulação, passaram por suas páginas consagrados colunistas e articulistas, como o poeta Tiago de Melo, Adélia Prado, Lucas Mendes, Paulo Francis, Dora Kramer, Arnaldo Jabor, Acílio Lara Resende, Murillo de Aragão, Gaudêncio Torquato, Elio Gaspari, Márcio Garcia Vilela, Sylo Costa, Paula Pimenta, Sebastião Nunes, Luiz Tito, Fernando Fabbrini, Raquel Faria, Fátima de Oliveira, Paulo Navarro, padre Marcelo, Tostão, Chico Maia, Trigueirinho, Vittorio Medioli, entre outros.
O TEMPO nasceu numa rotativa pequena e condensada, que rodava 30 mil jornais por hora. Em 2003, devido à demanda, principalmente com a vinda de seu irmão caçula, Super Notícia, começou a ser rodado numa Manugraph com capacidade para imprimir 45 mil exemplares por hora, chegando, em 2006, a 90 mil. Depois, com seu progressivo crescimento, além de Super, Pampulha e da enorme demanda de jornais de terceiros (mais de 300 títulos rodados na editora), O TEMPO passou a ser impresso numa rotativa cuja capacidade chega a 140 mil exemplares por hora. Uma máquina para altíssimas produções e de ótima qualidade.
Em 1996, contava com apenas 538 pontos de venda; cem dias depois, aumentou para mil pontos e já circulava em 40 cidades. Alguns anos depois, assim feito o Super, passou a circular em 440 municípios de Minas, com mais de 5.000 pontos de venda. E não parou de crescer.
Lembro-me como se fosse hoje daquela madrugada de 21 de novembro. O jornal estava pronto para sair, faltando apenas o fechamento com as notícias esportivas, pois no Mineirão a bola ainda rolava.
Redação sob forte expectativa, focas (recém-formados) misturados a experientes e gabaritados profissionais e aquela sensação gostosa da espera do primeiro filho. Champanhe na geladeira aguardando o fechamento. Tudo pronto, não fosse o pobre coitado redator de esportes, que, por aqueles azares da vida, cobrira um importante jogo no Mineirão, com direito a prorrogações e pênaltis. Já passava da meia-noite.
Como concluir uma matéria sob tantas expectativas? E todos em cima, olhando de soslaio o movimento contínuo e angustiado dos dedos no teclado de um jovem redator, que, apesar da tensão, teria de cumprir seu papel, passando para o computador com a mais absoluta fidelidade os momentos vivenciados no estádio. E foi nesse dia que descobri o estresse que paira sobre uma redação, onde se trabalha dentro de prazos que devem ser seguidos à risca, antes que o chefe começasse a gritar lá na frente. “Deadline! Deadline!” Ou seja: “Se virem! Acabou o tempo”.
Se há demora num setor, consequentemente haverá em todos os outros, e o leitor, nosso maior interessado, receberá seu jornal com atraso, o que definitivamente não nos interessa.
Não me lembro da hora em que estouramos o champanhe, mas me lembro da festa quando o redator de esportes, finalmente, concluiu sua matéria.
A ansiedade era grande, e quando, tarde da noite, Vittorio ligou a rotativa para o surgimento do número 1, pudemos enfim, comemorar. A pizza encomendada de última hora na redação com champanhe em copos descartáveis foi motivo de chacota entre os concorrentes. Não tínhamos ainda motivo para grandes festas, bufês e tacinhas de cristal. Havia muito chão pela frente, muitas lutas, conquistas, prioridades...
Hoje, quando O TEMPO completa 25 anos, gostaria de agradecer e fazer um brinde aos leitores, muitos dos quais nos acompanham desde o início. Ao Vittorio Medioli, meu marido, fundador e idealizador dos jornais, que, com obstinação, competência e espírito empreendedor, mudou a história da imprensa de Minas.
Agradecer aos milhares de profissionais e colaboradores que nesses 25 anos passaram pela redação, pelo parque gráfico, pela circulação e por muitos outros setores. Agradecer a todos que fizeram e fazem do jornal O TEMPO o quality paper mais vendido e lido em Minas Gerais.