É inexplicável a demora do Poder Judiciário em definir as penas cabíveis à Vale e à BHP nas ações movidas pelas pessoas e empresas atingidas há quase oito anos pela tragédia de Mariana, em novembro de 2015. Trata-se, sem dúvida, do maior desastre ambiental do mundo, nos últimos dez anos. Até hoje as populações que vivem à margem do rio Doce sofrem com a contaminação da água, do solo, do ar, e as empresas bailam soltas, como se o problema não fosse com elas. As indenizações até o momento pagas pela Samarco são desrespeitosas migalhas quando comparadas com a extensão dos danos provocados contra a vida de pessoas em dezenas de cidades. Municípios, os Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e a União têm que se unir e torpedear a operação dessas empresas nesses espaços. Não é possível que as vítimas continuem sendo feitas de idiotas. E as autoridades públicas, também.