O vôlei com conhecimento e independência jornalística
Essa coisa de medalha de bronze com sabor de ouro depende do ponto de vista.
Isso porque o seu ponto de vista é apenas a sua visão sendo vista do ponto onde você está.
Pode parecer confuso, mas não é.
A primeira competição oficial do novo ciclo olímpico exigia renovação na acepção da palavra.
Bernardinho, unanimidade no passado, abriu mão de boa parte dos líderes do Senado, incluindo o filho, e mudou finalmente integrantes da comissão ultrapassada.
Antes tarde do que nunca.
A campanha na fase de classificação desenhou um cenário de fantasia, afinal algumas seleções, casos de Polônia e França, maiores exemplos, não jogaram com a força máxima.
Não dá entretanto para tirar os méritos do Brasil com resultados pesados como as vitórias contra a Itália, quase 100%, e a própria Polônia, mesclada.
A primeira impressão é que a seleção tem opostos de sobra e incerteza nas pontas.
Alan foi mal contra a Polônia, mas merece crédito.
Darlan irá aprender muito no vôlei italiano. É o que dá para dizer.
Lukas Bergmann, outro que sumiu diante da Polônia, foi o mais regular entre os ponteiros. Honorato é muito esforçado, mas quando a coisa aperta e é para valer, não responde.
Adriano acabou perdendo espaço e Lucarelli dá a sensação que anda desmotivado, além da forma física abaixo dos padrões exigidos.
E Maicon? Por que não foi testado?
Flávio, o capitão da nova geração, é aquilo. O saque responde por ele.
Judson tem potencial, assim como Maique.
Cachopa foi o melhor do Brasil na VNL.
O levantador, por razões óbvias, era o mais pressionado, mas respondeu com lucidez e liderança quando exigido.
A seleção pode e precisa evoluir no saque. É o fundamento que faz a diferença.
Outro ponto é o emocional.
É uma seleção ainda sem personalidade buscando identidade.
Natural.
Por essas e outras que o atual estágio da seleção permite no máximo exercer o papel de coadjuvante.
A estrada é longa.
O Brasil chegou para a VNL completamente desacreditado. É onde a medalha de bronze precisa ser valorizada.
E voltar ao pódio significa subir alguns degraus.
Mas sem delírios.