O processo de internacionalização tem se tornado uma importante estratégia para as empresas brasileiras. Com a abertura dos mercados, as facilidades de aproximação com economias estrangeiras e os diversos incentivos dados pelos governos para que os negócios ampliem sua participação em nível global, em muitos casos, essa decisão pode se tornar um dos principais diferenciais competitivos de uma empresa.
Alguns aspectos são considerados motivacionais para que uma empresa opte pela internacionalização, como mostra uma pesquisa recente da Apex Brasil. Um levantamento, feito com 229 empresas nacionais, apontou que, entre as razões que motivam a internacionalização, estão o aumento nas vendas (72,7%), a diversificação de riscos (65,3%) e a proteção em relação à volatilidade do mercado doméstico (61,3%). Além desses motivos, há outras possibilidades, como a economia de escala, quando a empresa amplia sua atuação e, com isso, consegue mais descontos comprando em atacado; ou a questão da sazonalidade, que permite ao negócio, ao expandir suas fronteiras, ter bons resultados o ano inteiro.
Mesmo com tantas possibilidades e oportunidades, há fatores que geram dúvidas e impedem que as empresas, principalmente as consideradas de pequeno e médio porte, invistam nesse desafio. O desconhecimento sobre o mercado exterior, incluindo a economia, a cultura e a legislação, além do receio de investir capital num ambiente desconhecido, principalmente se a empresa possui recursos escassos, muitas vezes impedem que os empresários queiram embarcar nesse ambiente.
Mas, em meio a dúvidas, três aspectos são, de fato, imprescindíveis: o primeiro deles é sobre a identificação do momento certo e as condições da empresa para investir; seguido do conhecimento vasto sobre o país para onde se pretende levar o seu negócio, incluindo a aceitação de seu produto ou serviço; além de contar com a orientação de profissionais que conheçam os meandros do processo de internacionalização, que, em muitos países, tende a ser burocrático. Outro aspecto que pode ser considerado um mito, no meio empresarial, diz respeito a qual empresa pode ou não iniciar esse processo, principalmente se ela não for um negócio robusto.
Na visão do Sebrae, micro e pequenos negócios possuem boas chances de entrar no processo de internacionalização, principalmente quando formam parcerias com empresas maiores. Isso porque, tornando-se fornecedores de grandes empresas internacionais, esses negócios têm a chance de concorrer com preços mais atrativos ou até mesmo focar nichos de mercados. Os pequenos negócios também podem fechar parcerias com grandes empresas internacionais por meio de associações, como do tipo joint ventures, quando duas ou mais sociedades empresárias se unem para prestar um serviço ou fornecer determinado produto.
A verdade é que, para além dessas oportunidades pontuais, o processo de internacionalização é uma possibilidade permitida pela globalização e pela convergência de mercados, que estão interessados em absorver o que há de mais inovador e positivo em empresas de todo o mundo.