As atenções na pesquisa CNT/MDA, divulgada anteontem, como não podia ser diferente, ficaram voltadas para os índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff. Apenas 7,7% dos entrevistados avaliam agora como bom ou ótimo o governo da petista – em março, o mesmo levantamento havia registrado 10,8%.
Mas, ao analisar mais dados da pesquisa, percebe-se uma total descrença da população em outras áreas. Por exemplo, ao se questionar, em um lista prévia, em quais instituições ou corporações as pessoas mais confiam, a confiança no Congresso Nacional consegue ser inferior (0,8%) ao índice do governo (1,1%). No mesmo quesito, os partidos políticos têm a confiança de apenas 0,1 em um grupo de cem eleitores. Ainda abaixo de dois dígitos está a confiança dos brasileiros na imprensa (4,8%) e na polícia (5%).
Os números refletem a perda de legitimidade da política institucionalizada e de seus braços como representantes dos anseios da sociedade e, como consequência desse processo, uma despolitização do povo brasileiro. Prova disso é um em cada dois (53%) entrevistados pela pesquisa CNT/MDA dizer confiar na igreja (sem especificação de religião), 15,5% nas Forças Armadas e 10,1% na Justiça.
Ou seja, em uma leitura rápida dos números, é possível constatar a falência dos Executivos e Legislativos como gestores da política pública. Em seus lugares, emergem instituições como o Judiciário, as igrejas e até as Forças Armadas. O desamparo social dos indivíduos acaba se refletindo em uma sociedade em busca de justiçamento, não de justiça. Na ausência de soluções terrenas para as mazelas da vida, mais e mais pessoas lotam igrejas e templos atrás de uma redenção em outro plano. É um salve-se quem puder diante de um enorme barco afundando.
E esse cenário de descrença é campo fértil para o oportunismo, o individualismo, as soluções messiânicas, uma justiça tirânica. Não à toa, nos últimos anos, além de as figuras e ciências esotéricas terem retomado seu espaço no imaginário da população, integrantes do Judiciário (vide Joaquim Barbosa e Sérgio Moro) ganham status de “salvadores da pátria” ao lado de aventureiros políticos e suas medidas de falso moralismo.
Prefeitura de BH. Na coluna da semana passada, ao se abordar o cenário para a disputa na capital mineira em 2016, muita gente reclamou da ausência de alguns nomes. O PDT, por exemplo, reivindicou a publicidade para a pré-candidatura do deputado estadual Sargento Rodrigues. O atual presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Wellington Magalhães (PTN), também foi citado por alguns como um nome forte na corrida para a prefeitura. Enfim, a falta de nomes de peso deve abrir espaço para um grande número de candidaturas.
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