A depender dos novos presidentes eleitos nesta semana para o Senado e para a Câmara, a crise política (e de caráter) no país permanecerá. Eunício Olivera (PMDB) e Rodrigo Maia (DEM) já foram citados em delações na Lava Jato – inclusive, aparecem com as alcunhas de Índio (Eunício) e Botafogo (Maia) na lista de propinas da Odebrecht. No caso do senador peemedebista, sua eleição é apenas uma extensão do mandato e do poderio do grupo encabeçado por Renan Calheiros, Romero Jucá e pelo próprio Eunício – uma espécie de trio de ferro do PMDB no Senado.
O nome do novo presidente da Casa foi citado no depoimento de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht. Melo Filho relatou o pagamento, entre 2006 e 2014, de mais de R$ 80 milhões em propina, caixa 2 e doações legais de campanha a um grupo de cerca de 50 políticos. Eunício seria um dos interlocutores do PMDB.
Maia, apesar de ser do DEM, também representa a continuidade da velha oligarquia na Câmara. Apoiado pelo presidente Michel Temer (PMDB), sua gestão representa as mesmas forças dominantes na política brasileira. E, para piorar, o deputado federal também é citado na Lava Jato. Na delação do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Maia aparece como um dos interlocutores preferidos do executivo e teria recebido cerca de R$ 600 mil da empreiteira. Um dos pagamentos ao parlamentar, no valor de R$ 100 mil, tinha o objetivo de comprar o apoio para a aprovação da Medida Provisória 613/2013, de acordo com as informações de Melo Filho. A MP previa incentivos fiscais ao setor da indústria química, de interesse da Braskem, do grupo Odebrecht. Nas palavras do próprio delator, o parlamentar era visto por ele como “ponto de interlocução dentro da Câmara dos Deputados na defesa dos interesses da empresa”.
Eunício e Maia, à frente do Congresso, não só pouco acrescentam, como são a certeza da continuidade da suspeição e da falta de legitimidade do Poder Legislativo. Soma-se a isso o fato de o presidente do país, Michel Temer, também estar citado em delações da Lava Jato e ainda responder no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a uma ação, ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de fraude na campanha eleitoral de 2014.
Cidade Administrativa. O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) sofreu mais um duro golpe ontem com a divulgação pela “Folha de S.Paulo” da citação de seu nome em mais uma delação no âmbito da operação Lava Jato. A acusação de um dos dirigentes da Odebrecht não é exatamente nova, mas corrobora com a principal suspeita sobre o tucano: a do recebimento de propina na obra de construção da Cidade Administrativa, ainda quando ainda era governador do Estado. Aécio, como sempre, nega.
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