Lúcio Júnior é CEO da Open Mind Brazil

O futuro pós-crachá tem sido pauta recorrente nas conversas entre executivos. E não por acaso. A transição da vida corporativa para novos ciclos profissionais é um tema que, por muito tempo, ficou à margem. Mas agora está no centro.

Foi com esse pano de fundo que a Open Mind Brazil conduziu uma pesquisa com 145 executivos, buscando entender o que se passa na cabeça de quem já chegou ao topo e agora se pergunta: o que vem depois?

A maioria dos entrevistados ocupam cargos de liderança, como diretores, VPs e CEOs. São pessoas com longa trajetória, altamente capacitadas, com uma vasta rede de contatos e um repertório rico de experiências. E, ao mesmo tempo, com dúvidas muito humanas sobre o próximo passo.

Entre os dados mais reveladores, três pontos se destacam:
- 69% afirmam ter medo de cair no esquecimento ou perder relevância profissional;
- 74% gostariam de continuar atuando como conselheiros, mentores ou consultores;
- 62% sentem que não estão se preparando com a devida intencionalidade para essa transição.

O dado mais simbólico talvez seja este último. O maior temor não é financeiro nem de ociosidade, é de invisibilidade. O receio de deixar de ser lembrado, procurado, consultado.

Nesse cenário, o que se percebe é uma procura crescente por espaços onde se possa continuar contribuindo com conhecimento e visão estratégica. Conselhos consultivos, mentorias, palestras e consultorias vêm ganhando força como caminhos naturais para quem quer seguir influente, mas com mais liberdade e flexibilidade.

O papel da Open Mind tem sido justamente este: mapear essas dores, abrir espaço para conversas sinceras e promover conexões que ajudem os líderes nessa nova etapa. A pesquisa nasceu como parte desse processo. Um radar para ouvir a rede, entender seus desafios e apoiar com conteúdo, programas e oportunidades reais.
O futuro pós-crachá não precisa ser solitário. Ele pode e deve ser construído com propósito, pertencimento e novas formas de protagonismo. E é nesse ponto que a escuta ativa se transforma em ação.