Careca, 75, se destacou jogando no gol do Democrata de Sete Lagoas. Treinou durante duas semanas no Palmeiras, mas não houve acordo entre os clubes. Porém, quando estava voltando para casa, no avião, encontrou Carlos Alberto Naves, presidente do Atlético, que resolveu levá-lo para o Galo, em 1968.

E deu Certo. Careca está entre os dez goleiros que mais jogou pelo clube: foram 166 jogos e apenas 90 gols sofridos. A melhor fase dele foi sob o comando do técnico Yustrich, que tentou tirar o apelido do goleiro e queria que o jogador fosse chamado pelo nome de batismo: Jesus Carlos. Mas Careca não concordou.

O ex-goleiro não se esquece de um jogo Santos x Atlético no Pacaembu, empate em 0 a 0, quando fechou a meta do Galo. Pelé tomou conhecimento do nascimento da primeira filha de Careca, Alessanda, e mandou a camisa do jogo de presente. Careca guarda a camisa como um troféu.

O torcedor Léo Garcia conta que não sai de sua cabeça um pênalti defendido por Careca em cobrança de Tostão em um clássico contra o Cruzeiro. Careca foi o goleiro do Galo no primeiro título da era Mineirão, em 1970. Telê Santana o sacou do time, porque estava com um furúnculo na coxa direita. O doutor Haroldo Lopes tinha colocado um esparadrapo, mas, no aquecimento, em Aracaju, para o jogo contra o Bahia, o treinador viu o curativo e escalou Renato. Com Telê só jogava quem estivesse 100%. 

Na campanha do título brasileiro de 1971, Careca ficou no banco em todos os jogos, mas não foi incluído na lista de atletas que receberam gratificação pela conquista, mesmo tendo participado, inclusive, como treinador de goleiros.

Comercial-MS, São José-SP e Valério foram outros clubes defendidos por Careca, que voltou para o Democrata de Sete Lagoas, onde pendurou as luvas.

Reinaldo foi o melhor jogador com quem Careca atuou, mas o ex-goleiro não se esquece de Lola, Paulo Isidoro, Marcelo, Ângelo, Cerezo, Bufalo Gil... “Ele relembra histórias de concentração e diz que demorava a dormir porque seu companheiro de quarto, Dadá Maravilha, roncava alto.