Pai e filho relembram momentos do futebol. Guido Silva, de 81 anos, e Marquinhos, de 51, jogaram na mesma posição: eram meia ponta de lança e gostavam de ser garçom deixando os atacantes na cara do gol. Guido jogou no América entre 1953 e 59. Foi campeão da “tríplice coroa”: profissional, juvenil e aspirante.

Ficou em segundo lugar em um “torneio de malabarismo”. Tinha habilidade com a bola de deixar Neymar e Ronaldinho Gaúcho de boca aberta. A disputa aconteceu no estádio Independência, e Guido perdeu para Percy Gonçalves, do Siderúrgica.

Guido dividia o dia com os treinos e o trabalho em um banco. Trocou o América pelo Sete de Setembro, em 1960. No ano seguinte, foi para o Renascença a convite de Gérson dos Santos. Em 62, passou a vestir a camisa do Villa Nova, e retornou ao Renascença em 63.

Quando o Cruzeiro contratou Wilson Piazza, Guido o aconselhou a permanecer no clube, para não perder o emprego no banco. Mas Piazza não ouviu seus conselhos e foi em frente.

Guido era tão bom jogador que Kafunga, treinador do Atlético, tentou tirá-lo do Renascença. O futebol rendeu a Guido muitos amigos, como Roberto de Castro, Miltinho, Zé Emílio, Piazza, Procópio, Jair Barreto. Entre os treinadores com quem trabalhou, destaca João Crispim, Anísio Clemente, Juquita, Paulo Benigno e Gerson dos Santos.

Hoje, como faz todos os domingos, Guido vai à missa na Igreja Maria Serva do Senhor. Ao meio-dia, terá almoço em família com os filhos Sérgio, Flavio, Marquinhos, as noras, os sete netos e Dona Marilene.

Dedico a coluna de hoje a todos os pais deste Brasil. Acompanhe o programa Super Histórias na rádio Super Notícia FM, todo domingo, das 12h às 13h.

Carreira marcada por pura habilidade

Todos os filhos de Guido jogaram futebol, mas só Marquinhos se tornou profissional. Ele começou no Atlético com 14 anos, levado por Sérgio, seu irmão, que já jogava na base do Galo. Marquinhos foi lançado no profissional por Palhinha, que viu um jogador inteligente e habilidoso, que posteriormente consagrou vários artilheiros.

Em um clássico contra o Cruzeiro, Marquinhos driblou vários jogadores, chutou para o gol, a bola bateu no poste, e Wellington Fajardo não conseguiu pegar. Deu Galo 1 a 0.

Em 1990, Marquinhos fez o gol da vitória de 1 a 0 sobre o Santos que valeu o título do Torneio Ramon de Carranza, na Espanha.

Ele foi trocado pelo presidente Afonso Paulino com o Inter, jogou também no Cerezo Osaka, do Japão, e retornou ao Galo. Em 98, realizou o sonho do pai ao jogar no América.