Por Isadora Silva e Rodrigo Campelo

O modelo de esmalterias especializadas tem ampliado sua presença no Brasil e se consolidado como um novo vetor de crescimento no setor de beleza. Redes como a Nina Rosa Esmalteria, com sede na zona oeste de São Paulo, apostam na profissionalização, padronização e foco exclusivo em serviços para unhas. A tendência acompanha a alta demanda registrada em território nacional: segundo pesquisa da Mundial/Impala divulgada em 2025, 86% das brasileiras fazem as unhas pelo menos uma vez por semana.

A estruturação desse modelo de negócio acompanha projeções de crescimento para o mercado de esmaltes, que deve movimentar R$ 4,5 bilhões até 2028, com taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 6,8%, de acordo com dados do portal Brazil Beauty News. Já o setor global de cuidados com as unhas, que inclui esmalterias e serviços estéticos especializados, alcançou US$ 27 bilhões em 2024, com expectativa de chegar a US$ 32 bilhões até 2027.

Com base nesse cenário, marcas nacionais têm apostado em formatos exclusivos, como o nail bar, e na segmentação dos serviços como estratégia para ampliar sua participação de mercado. A Nina Rosa Esmalteria, por exemplo, concentra sua operação em um ambiente voltado exclusivamente à manicure e pedicure, fora da estrutura tradicional de salões de beleza. A proposta é oferecer atendimento mais padronizado, foco em higiene, ambientação personalizada e serviços especializados, como alongamento em gel e esmaltação em fibra de vidro.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) apontam que os cuidados com as unhas seguem entre os serviços com maior frequência e taxa de fidelização entre os consumidores de estética. Esse comportamento tem incentivado o surgimento de redes com foco exclusivo no segmento, que enxergam nesse nicho uma oportunidade de inovação por meio da organização operacional, treinamento técnico e valorização da jornada da cliente.

A consolidação das esmalterias como modelo de negócio viável evidencia uma mudança no perfil de consumo e nas exigências de qualidade do setor. Ao promover a segmentação de serviços, essas empresas introduzem novos padrões de gestão e atendimento que se distanciam do modelo generalista dos salões convencionais. Além disso, ao incorporarem processos mais estruturados, tornam-se cases de inovação no setor de beleza tradicionalmente marcado por negócios de pequeno porte e baixa formalização.

A expansão das esmalterias especializadas também dialoga com o crescimento de franquias e redes organizadas no Brasil, um movimento que fortalece a profissionalização e amplia a capacidade de escala. Esse contexto favorece a criação de experiências mais consistentes para o consumidor e, ao mesmo tempo, abre caminho para a ampliação da base de clientes, fidelização e aumento do ticket médio por atendimento.