Uma das maiores identidades do povo mineiro, o sabor e os saberes do pão de queijo têm reconhecimento em todo o Brasil, ultrapassando fronteiras mundo afora. Essa iguaria tradicional, presente na gastronomia de Januária — às margens do rio São Francisco, no sertão norte-mineiro —, vem sendo repassada de geração em geração, preservando seus ingredientes e o modo artesanal de preparo.

Na cidade ribeirinha, o Museu Memorial do Pão de Queijo Geraldo Farias e Dália Farias é o primeiro do país dedicado exclusivamente à memória dessa riqueza mineira, famosa pelo sabor e pelo simbolismo.

[caption id="attachment_191617" align="alignnone" width="400"] Foto: Dália Farias/ Arquivo da família Farias[/caption]   [caption id="attachment_191615" align="alignnone" width="275"] Foto: Geraldo Farias/ Arquivo da família Farias[/caption]

O espaço é coordenado pelo agente cultural Silfarley Viana, conhecido como Sil, neto do casal homenageado. A instituição é reconhecida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), pelo Sistema Estadual de Museus de Minas Gerais (SEMMG) e pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG), oferecendo visitas gratuitas ao público.

[caption id="attachment_191621" align="alignnone" width="400"] Foto: Arquivo da família Farias[/caption]

O museu foi inaugurado em 2013, com apoio da Prefeitura de Januária, após aprovação de projeto pelo Conselho de Cultura e Patrimônio Histórico do município. A iniciativa foi do professor e servidor público Edilson Geraldo Viana, o saudoso Diu Farias, filho de Geraldo e Dália e pai de Sil.

[caption id="attachment_191616" align="alignnone" width="339"] Foto: Diu Farias/ Arquivo da família Farias[/caption]   [caption id="attachment_191619" align="alignnone" width="341"] Foto: Sil Farias/ Arquivo da família Farias[/caption]

Inicialmente, o espaço funcionava na Praça Santa Cruz, na popular Rua de Baixo, em uma antiga casa de Geraldo e Dália Farias. Durante décadas, o casal produziu quitandas artesanais, como biscoitos de polvilho — conhecidos como “goma” de mandioca —, mas o pão de queijo sempre foi o grande destaque.

Atualmente, o museu está instalado em outra casa antiga, na Rua Geraldo Alves de Farias, nº 105, também na região da Praça Santa Cruz. O imóvel, construído no início do século XX, mantém preservada sua arquitetura original.

O espaço resgata a tradição das quitandeiras, mulheres responsáveis pela produção do pão de queijo e de outros biscoitos regionais, como peta, fofão, brevidade e bolo de puba.

[caption id="attachment_191618" align="alignnone" width="308"] Foto: Arquivo da família Farias[/caption]

O acervo reúne utensílios utilizados ao longo do tempo no preparo da receita, como colher de pau, pilão, pratos de madeira e raladores. Também guarda fotografias, documentos e uma coleção de arte popular pertencente ao professor Diu Farias, idealizador da instituição.

[caption id="attachment_191622" align="alignnone" width="300"] Foto: Arquivo da família Farias[/caption]   [caption id="attachment_191620" align="alignnone" width="300"] Foto: Arquivo da família Farias[/caption]