Os indígenas das etnias Pataxós e Pataxós Hã-hã-Hãe da aldeia Naô Xohã, que vivem às margens do rio Paraopeba, no município de São Joaquim de Bicas, atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho, e que também residem na região metropolitana de BH, vêm sendo assistidos no tocante ao enfrentamento da disseminação do coronavírus.

Com o início da pandemia, mesmo com a necessidade de distanciamento social, desde abril, a equipe multidisciplinar de saúde subcontratada pela Vale para realização do  diagnóstico e atendimentos emergenciais aos indígenas da Aldeia Naô Xohã implementou um Plano de Contingência para Covid-19.

O Plano conta com divulgação de vídeos com orientações sobre o enfrentamento da doença; acompanhamento psicológico e atendimentos  remotos; monitoramento preventivo diário dos possíveis sinais e sintomas, por meio de plataformas virtuais e contatos telefônicos  e no apoio junto aos serviços de saúde municipal (em São Joaquim de Bicas e Belo Horizonte) e com o DSEI-MG-ES/SESAI/MS - ao sinal de qualquer caso suspeito.

Segundo a consultora de saúde da Gerência de Relacionamento com os Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais da Vale, a primeira fase foi elaborar vídeos educativos customizados à linguagem dos indígenas no contexto da prevenção necessária, a exemplo do uso adequado de máscaras, etiqueta respiratória ao tossir e espirrar, dentre outros, além do acompanhamento clínico por plataformas virtuais.

A segunda fase desse trabalho só é possível pela intensa articulação institucional entre a empresa e o Poder Público, sem o apoio de todos os atores, não seria possível garantir minimamente o acompanhamento remoto, os exames clínicos, a testagem e o segmento para a rede de saúde, em tempo oportuno.

De acordo com o antropólogo responsável pelo Relacionamento com esta comunidade pela Vale, "atualmente há cerca de 70 indígenas na aldeia em São Joaquim de Bicas. Outros vinculados à Naô Xohã encontram-se na região metropolitana de BH e no sul da Bahia.

“São cerca de 25 a 30 famílias, com uma concentração maior nos bairros Jardim Vitória, Parque São Pedro e Taquaril .O seminomadismo é uma característica dos Pataxós e Pataxós Hã Hã Hãe, principalmente por causa da comercialização do artesanato. Eles passam um tempo fora, depois voltam para a chamada aldeia mãe e retornam para BH”, explica Marcos Rezende.

Vacinados contra a Influenza

Em abril e maio, também foi realizada, em conjunto com a Secretaria Municipal de São Joaquim de Bicas, uma campanha de vacinação contra a Influeza (H1N1), a fim de proteger os indígenas e afastar sintomas que possam ser confundidos com o novo coronavírus.

Os moradores da aldeia recebem ainda auxílio emergencial, no contexto da reparação, pago pela Vale, no valor de até um salário mínimo por pessoa (adulto), somado aos custos de uma cesta básica por família e custos de frete para compra de mantimentos.

A Vale também disponibilizou 1.200 sabonetes, 1.200 sabões em barra, 240 litros de água sanitária e 125 cremes dentais, para estes indígenas, neste período da pandemia do Coronavírus.