Como o senhor analisa a ação do Ministério Público, denunciando o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel por abuso de poder econômico e de autoridade em prol de Marcio Lacerda?

É uma ação temerária. Como você vai sentir seriedade de uma ação na qual estão arrolados depoimentos dos outros candidatos envolvidos na disputa, rivais do Marcio? É um erro primário. Com todo respeito aos quatro promotores signatários da denúncia, mas o MP politizou a questão. De jurídico naquele documento há muito pouco.

De acordo com os promotores, o governador influenciou diretamente no rumo da eleição. Isso não infringe a legislação?

Não há sentido em falar de abuso de poder econômico, quando o governador fala sobre anúncio de verbas de R$ 1,5 bilhão nos próximos dois anos. Ele não está comprando voto e em momento algum associou o repasse dessa verba à eleição de um ou outro candidato. Ele tem o direito de apoiar quem ele quiser. E se ele e o prefeito estão desequilibrando a eleição a favor do Marcio é porque eles são grandes figuras políticas e têm o direito de se manifestar sobre quem querem apoiar. Por isso, eles fizeram uma aliança. E essa aliança não infringe em nada a lei. Isso é um jogo e as ações dos dois foram moedas políticas do jogo.

Em outra decisão, a imagem do governador foi vetada dos programas de Lacerda. O veto é uma decisão provisória porque não houve julgamento do mérito. O TSE não teve oportunidade de refletir o problema. A questão não é da simplicidade como foi colocada.

Mas o PSDB, partido do governador, não integrava a coligação do PT com o PSB.

A lei permite a livre manifestação, salvo se violar a fidelidade partidária. Mas isso não ocorreu. Teria ocorrido algum problema se, por exemplo, um filiado do PMDB aparecesse no programa do Marcio porque o PMDB tem candidato e integra outra coligação. Mas, o PSDB não participada da disputa, não tem candidato.