Religioso e conservador, o vereador eleito pelo PL, Pablo Almeida, com recorde de votos em Belo Horizonte, comentou como pretende se relacionar com a bancada progressista da Câmara Municipal. Durante conversa com o Café com Política da FM O TEMPO 91,7 desta quinta-feira (10 de outubro), Pablo disse que não quer ser um pastor dentro do legislativo, mas que vai manter a sua “essência” e pregar os seus valores. O novo vereador aproveitou, também, para tecer críticas aos políticos de esquerda. 

“Na minha atuação dentro da política, eu não vou ser um pastor. Meu papel ali é pegar aquilo que Deus fez em mim, é impossível dissociar as minhas crenças dos meus valores. Para mim não existe essa separação de sagrado e de secular. Mas, é claro que a minha atuação dentro da Câmara de Vereadores vai ser em benefício próprio da população, não só do eleitor que votou em mim, mas de toda a cidade. Eu vou glorificar o nome de Deus, mas eu não vou ser um religioso ali dentro”, explicou. 

O PL de Pablo Almeida fez seis vereadores este ano, mesmo número da federação PT/PV/PCdoB, ambas se tornando as maiores bancadas na Câmara Municipal. Questionado se pretende colaborar com os projetos dos vereadores progressistas, Pablo disse que não vê problema nisso, desde que ele concorde com o que for apresentado. Entretanto, ele criticou o campo, dizendo que a esquerda propõe pautas ideologicas. 

“A minha posição em relação à esquerda, é meramente institucional. Eu não tenho problema pessoal com nenhuma daquelas pessoas ali. Se a esquerda tiver alguma pauta boa para Belo Horizonte, a gente vai estar junto. O problema é que eu nunca vi a esquerda faltando alguma coisa boa para a cidade. Eu vejo pautas ideológicas, mas eu não vejo eles pensarem cidade”, argumentou. 

Presidência da Câmara Municipal

Faltando três meses para o início da nova legislatura na Câmara, uma movimentação para definir quem será o novo presidente do legislativo já tem início nos bastidores. Questionado se pretende tentar a cadeira, ou se apoia o nome de alguém, Pablo disse que estar na mesa diretora da Câmara é “fundamental” e que vê bons nomes na direita para ocupar o lugar, tanto do PL, quanto de outros partidos. Entre os nomes, ele citou o vereador eleito pelo PL, Uner Augusto, o vereador reeleito do Republicanos, Irlan Melo, e as vereadoras reeleitas do Novo, Marcela Trópia e Fernanda Pereira Atoé. 

“Olha, a questão da presidência da Câmara é uma das questões principais desse atual momento, porque, de fato, isso compete por a gente conseguir fazer aquilo que a gente está querendo para nossa cidade. Passa também por a gente ter uma presidência que esteja alinhada. Vocês podem ter certeza que a gente vai trabalhar muito, porque isso vai ser um passo primordial para que a gente possa buscar esse desenvolvimento da nossa cidade”.

Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Thalita Marinho