Em entrevista exclusiva a O TEMPO, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), disse na manhã desta quarta-feira (30 de outubro) ter encaminhado à Câmara Municipal um projeto de lei para promover uma reforma administrativa na prefeitura. Uma das principais medidas previstas na proposição, que será entregue ao Legislativo ainda nesta quarta, é a ampliação do número de secretarias, com a criação de pelo menos duas ou três novas pastas. Três dias após ser reeleito como chefe do Executivo municipal, Fuad recebeu a reportagem na sede da prefeitura, no centro da cidade. Confira a entrevista na íntegra.

Segundo Fuad, o texto foi elaborado logo após o resultado do pleito municipal, e a expectativa é que a tramitação ocorra ainda na atual legislatura da Câmara. “Se for possível votar já, começa o ano que vem com a nova estrutura. Gostaria de começar o governo já estruturado e organizado, com a prefeitura pronta. Aí, é arregaçar as mangas e trabalhar." A proposta deve ser entregue pelo vice Álvaro Damião (União Brasil) ao presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB).

Atualmente, são 14 secretarias municipais. Fuad adiantou que uma das novas pastas deve ser criada a partir do desmembramento da atual Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania. O prefeito defende que a medida é necessária, uma vez que “o combate à fome fica muito escondido”, dificultando a execução de medidas que garantam o atendimento à população em situação de insegurança nutricional. “Vamos crescer algumas secretarias, mas eu acho que o custo final, comparado com o benefício, é pequeno”, defendeu. 

Nesse caso, a nova secretaria seria especificamente para o combate à fome; a outra, para assistência social - responsável, por exemplo, pelo atendimento às pessoas em situação de rua. Na entrevista, Fuad não confirmou mudanças de secretários nem informou quem deve comandar essa e outras possíveis novas pastas. Mas nos bastidores a informação é que essa área de combate à fome possa ficar com alguém sob indicação do PT, partido que o apoiou no segundo turno das eleições.

O chefe do Executivo municipal ainda sinalizou a intenção de criar uma secretaria dedicada à mobilidade urbana porque teria sido identificada uma necessidade de ampliar o atendimento às demandas do setor. Hoje, a Prefeitura de Belo Horizonte conta com a Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob).

Alguns interlocutores afirmam que é possível que novas pastas estejam no projeto de reforma administrativa, como o desmembramento da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão - ficando uma parte específica mais voltada para recursos humanos.

O prefeito afirmou ter detectado a necessidade de remodelar a estrutura administrativa antes mesmo de se colocar como candidato à reeleição e argumentou que a medida se faz necessária para dar mais liberdade e orçamento para setores com alta demanda. 

“Essa reforma administrativa visa dar à prefeitura mais flexibilidade, mais estrutura para que possamos enfrentar os desafios que temos pela frente”, declarou Fuad. “Faremos algumas alterações, criando alguns cargos, criando uma ou outra secretaria, alterando algumas outras, exatamente para que possamos dimensionar um outro quadro da prefeitura de Belo Horizonte”, complementou.