O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), delegou suas atribuições para práticas necessárias à autorização, cessão, concessão, permissão, alienação gratuita ou onerosa, dação em pagamento, doação, permuta e investidura do próprio público ao procurador-geral do município, Hércules Guerra. 

A decisão foi publicada em decreto no Diário Oficial do Município desta terça-feira (24 de dezembro). Em suma, Guerra poderá atuar como se fosse o prefeito em algumas ações orçamentárias da gestão do Executivo na venda de imóveis.

A mudança de atribuições foi determinada após uma reunião na manhã dessa segunda-feira (23 de dezembro) entre o prefeito e os secretários de Assuntos Institucionais e Comunicação Social da Prefeitura de Belo Horizonte, Paulo Lamac (Rede), o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leonardo Colombini, o procurador-geral do município e assessores.

Fuad ainda estava internado para tratar um quadro de diarreia e sangramento intestinal no Hospital Mater Dei durante a reunião. Ele recebeu alta pouco depois, no fim da tarde dessa segunda-feira, após cinco dias internado e deve passar o Natal com a família.  

Ainda no DOM, Fuad abriu dois créditos suplementares ao orçamento, nos valores de R$ 1,17 milhão e R$240,9 mil, para atender, respectivamente, demandas do Fundo Municipal de Saúde e da Procuradoria-Geral do Município.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o decreto dá competência ao procurador-geral de assinar escrituras de venda de imóveis, como aqueles utilizados na política de habitação do município. "Trata-se apenas  de uma forma de otimizar os atos administrativos, sem qualquer relação  com a saúde do prefeito, que está em franca recuperação", pontua o texto.

Constantes internações

Internado na última quinta-feira (19 de dezembro), horas após a diplomação, o prefeito reeleito apresentou um quadro de diarreia e desidratação. Em seguida, foi informado que ele estava em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ser monitorado em razão de um quadro de sangramento intestinal secundário que ocorreu devido à utilização de anticoagulante oral. 

A internação foi a quarta desde que Fuad venceu as eleições municipais deste ano, no segundo turno. O político enfrentou um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que afeta as células de defesa do corpo, descoberto em junho. Após passar por uma cirurgia para retirada do câncer, ele conciliou o tratamento da quimioterapia com a campanha eleitoral e as demandas da prefeitura. Conforme divulgado pelo prefeito e confirmado pela equipe médica que o acompanha, ele está em remissão desde outubro.

Antes disso, Fuad foi hospitalizado em 23 de novembro com dores nas pernas e, desde então, mantém um tratamento contínuo para uma neuropatia periférica. A condição que afeta os nervos e tem dores como um dos sintomas e é considerada uma consequência do tratamento de câncer.

O prefeito já havia dado entrada na mesma unidade de saúde para fazer exames entre 19 e 20 de novembro. As dores teriam se estendido durante a semana e se intensificado. Inicialmente a expectativa era de que o prefeito fosse liberado no dia 24, mas a internação foi mantida para a realização de exames. Ele recebeu alta em 28 de novembro.

Fuad foi novamente hospitalizado em 7 de dezembro para tratar sintomas de uma infecção que, posteriormente, foi divulgado que se tratava de um quadro de pneumonia e sinusite. O prefeito ficou internado por oito dias para tratamento venoso com antibióticos e recebeu alta médica em 15 de dezembro.