A mulher trans assassinada a tiros em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi candidata a vereadora nas eleições municipais deste ano. Lanna Alana tinha 27 anos e, através das redes sociais, recebeu uma homenagem da deputada federal Duda Salabert (PDT).
Alana foi assassinada a tiros enquanto estava em um bar, na noite de quarta-feira (4). Segundo a Polícia Militar, ela estava acompanhada de um amigo quando um homem armado entrou no estabelecimento e efetuou os disparos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e confirmou a morte da vítima no local do crime.
Uma testemunha relatou aos policiais que, antes de ser assassinada, a vítima havia divulgado nas redes sociais que tinha recebido uma ameaça com os seguintes dizeres: “Gente da minha raça corta na bala.” Até o momento do encerramento da ocorrência, nenhum suspeito havia sido localizado ou preso. O caso está sob investigação.
Homenagem
Através das redes sociais, Duda Salabert lamentou a morte da mulher conhecida como "Alana do Uber". "Buscando informações sobre este crime terrível, deparei-me com o do boletim de ocorrência chamando a vítima sempre no masculino - uma completa falta de respeito à identidade de Alana", mencionou a deputada.
"Tenho lutado pela a dignidade póstuma de pessoas trans e travestis, inclusive propus ano passado um projeto de lei para que respeitem nossa identidade após a morte. Não podemos permitir que o desrespeito e a violência contra nossa identidade continue após a morte", continuou Duda, que pediu justiça pela morte de Alana.
Questionada pela reportagem de O TEMPO, a Polícia Militar justificou que a informação do nome social teria de ser "autodeclarada", o que foi impossibilitado pela situação. Apesar de não fornecer o boletim, a corporação informou que os agentes "tiveram o cuidado de mencionar o nome social e a orientação sexual" no documento.