A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), reforçou o pedido de articulação entre os demais chefes de Executivo da região metropolitana de Belo Horizonte e o Governo de Minas para ampliação do Metrô BH. A "convocação" ocorreu durante um balanço das obras do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) de Contagem, na manhã desta sexta-feira (27 de junho). A prefeita também defendeu a implementação de uma tarifa única para os usuários do transporte coletivo na Grande BH.
De acordo com Marília, a ampliação do Metrô, com nova estação em Contagem, contribuirá para o projeto de integração do transporte, que, além do próprio sistema de ônibus, prevê uma série de obras viárias para melhoria da mobilidade no município. O equipamento ficaria próximo ao Terminal Sede do SIM, próximo ao Centro da cidade.
“É muito importante que a gente discuta essas obras que estão sendo feitas, as que nós faremos ainda e, claro, a expectativa de que mais uma estação do metrô venha aqui para Contagem, para a gente promover a integração e a articulação do sistema de mobilidade que vai representar modernização, agilidade, um transporte mais barato, mais tranquilo e com mais qualidade para o cidadão que é metropolitano”, diz Marília.
Durante o evento, a chefe do Executivo de Contagem chamou os prefeitos de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), e de Betim, Heron Guimarães (União), assim como o secretário de Estado de Infraestrutura, Pedro Bruno Barros, para firmarem o compromisso de buscar a ampliação do Metrô BH. A ideia é reforçar o pedido novamente ao governo federal.
Em fevereiro deste ano, Marília se reuniu com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo. Ela apresentou uma “lista de pedidos” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que inclui a extensão da linha do metrô.
Conforme a prefeita, já há projetos e estudos de viabilidade que foram apresentados ao Ministério das Cidades. “Precisamos agora sensibilizar e fazer as articulações políticas necessárias”, explica.
De acordo com Pedro Bruno, o governo Romeu Zema (Novo) inscreveu o projeto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas ainda não há um prazo definido para a ideia sair do papel.
“Eu estou muito otimista também, assim como a prefeita, que nós vamos conseguir caminhar bem em relação a essa proposta e ter um retorno positivo do governo federal”, diz o secretário.
Tarifa única
Durante o evento, Marília também saiu em defesa de uma unificação da tarifa do transporte coletivo na região metropolitana. Dentro do SIM, já há o projeto de tarifa única para Contagem, de forma que o usuário que desloca pela cidade paga apenas uma passagem, independente do número de linhas ou conexões utilizadas.
“Como o sistema não é integrado, nem no próprio município de Contagem, às vezes, o cidadão paga duas passagens para ir de um bairro para outro, porque não é integrado. Quando você unifica a tarifa na cidade, e a perspectiva é a unificação da tarifa na região metropolitana, o cidadão pagará uma tarifa única. Então, vai garantir o barateamento da passagem”, afirma.
O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, endossou a fala de Marília sobre a implementação de uma tarifa única na região metropolitana. O chefe do Executivo da capital reforçou que os problemas da Grande BH devem ser tratados de forma conjunta, e a questão do transporte coletivo é uma delas.
"Temos que pensar em uma passagem única, temos que ver de que forma vamos fazer isso e estudarmos. Não pode uma pessoa que mora em Betim, estuda em Contagem e trabalha em Belo Horizonte pagar três passagens por dia para poder chegar nos destinos que ela quer", argumenta.
Rodoanel Metropolitano
Outra pauta em comum entre os prefeitos da região metropolitana é o traçado do Rodoanel. Desde a idealização do projeto pela gestão Romeu Zema (Novo), as prefeituras de Contagem e Betim cobram mudanças por conta do impacto social nas regiões adensadas nos municípios.
O prefeito de Betim, Heron Guimarães, reforçou o pedido durante a apresentação do SIM de Contagem. De acordo com o chefe do Executivo, o Rodoanel é um dos projetos que irão viabilizar a melhoria da mobilidade na região metropolitana, entretanto, é preciso pensar em alternativas ao traçado.
“Se não discutirmos outros caminhos, como o Rodoanel, que é um traçado que prejudica a região metropolitana ao invés de ajudar, e se não trabalharmos com alternativas - e os municípios têm alternativas -, não vamos avançar”, diz. “Nós, em Betim, estamos construindo uma via municipal de 28 quilômetros que já desafoga quase toda a região metropolitana. Queremos um entendimento do Estado e da União para que, enfim, essa solução seja implantada. A maior obra que a região metropolitana poderá usufruir é o novo traçado do Rodoanel”, defende Guimarães.