O ministro da Defesa, José Múcio, quer que as mulheres correspondam a 10% dos alistamentos das Forças Armadas em até quatro anos. A pedido de Múcio, o alistamento militar feminino é construído pelo Exército, pela Marinha e pela Aeronáutica. Ao lado do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) foi um dos convidados do Conexão Empresarial de Araxá, no Alto Paranaíba, nesta sexta-feira (14/6).

A estimativa de Múcio é que, ao fim, o percentual chegue a 20%. “Vamos ver se nos próximos quatro anos nós chegamos a 10% de soldados, mas o objetivo nosso é chegar a 20% e, se Deus quiser, nós vamos chegar”, reforça ele, que se diz entusiasmado com o projeto. A ideia é que as mulheres se alistem a partir de 2025 e façam parte das Forças Armadas a partir de 2026. Ao contrário dos homens, o alistamento das mulheres seria voluntário.

A projeção do ministro da Defesa é baseada no Chile, onde as mulheres, que não são obrigadas a se alistar, correspondem a 20% das Forças Armadas. “Nós temos na Marinha e na Aeronáutica (do Brasil) um número grande, porque estas forças só têm um terço do efetivo que trabalha como soldado, ou seja, vai para as ruas etc. O Exército tem 3.600 mulheres trabalhando, mas este número cai muito entre as que pegam em armas”, exemplifica.

De acordo com Múcio, ainda é necessária a adaptação da estrutura do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para viabilizar o projeto. “Precisamos adaptar alojamentos, porque são coisas diferentes. (Precisamos) Separar, como são nos outros países, mas nós vamos copiar quem for melhor para fazer o melhor também aqui no Brasil”, diz o ex-ministro do TCU, que reconhece que há “países muito mais evoluídos” do que o Brasil em alistamento feminino.

Atualmente, não há alistamento militar. Há formas de ingressar na carreira militar por meio de concurso público ou processo seletivo para serviço temporário, em que se entra da forma tradicional, ficando por tempo determinado. A militar deve ficar por um período de 12 meses, prorrogáveis de acordo com o interesse das partes.