O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, desconversou ao ser questionado se o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia adotar eventuais represálias contra partidos da base que votaram contra o Palácio do Planalto. Ao lado do ministro da Defesa, José Múcio, Padilha foi um dos convidados do Conexão Empresarial Anual de Araxá, no Alto Paranaíba, nesta quinta-feira (14/6). A reportagem de O TEMPO viajou para a cidade.
Padilha reafirmou que o governo Lula foi bem-sucedido ao votar a agenda central, que, segundo o ministro, são as pautas sociais e econômicas. “O governo teve algumas derrotas em temas que não estavam nesta agenda econômica e social”, disse o ministro das Relações Institucionais. “E o conjunto dos partidos que compõem o governo e todos os ministros que compõem o governo nos ajudaram muito nessas votações”, completou.
Como já mostrou O TEMPO Brasília, há insatisfação entre membros do governo e aliados de Lula com a postura de parlamentares do União Brasil, do PSD, do MDB, do Republicanos e do PP, que, embora tenham ministérios, têm votado contra o Planalto. Alguns interlocutores do governo Lula defendem que os ministros destes partidos precisam ser mais cobrados para entrar na articulação.
A crise entre o Planalto e a base se aprofundou no fim de maio. Além de derrubar o veto de Lula à saída temporária de presos em feriados, o Congresso manteve um veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à criminalização das fake news na nova Lei de Segurança Nacional. Mais de 70% dos parlamentares do União e do PSD e mais de 60% do MDB, do Republicanos e do PP votaram contra o governo.
O ministro, que descartou uma reforma ministerial, afirmou que, em 2023, o governo Lula teve a maior taxa de aprovação de projetos de lei de iniciativa do governo na história da redemocratização. “Aquilo que é agenda central nós estamos conseguindo avançar cada vez mais”, reiterou Padilha, que citou, por exemplo, o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), pronto para sanção de Lula após ser aprovado pela Câmara na última terça (11/6), e da Letra de Crédito do Desenvolvimento.