A destruição causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul vai fazer com que as eleições municipais no estado não sejam "legítimas", avalia o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, que participou na manhã desta terça (04/06) da abertura de congresso da Associação Mineira de Municípios (AMM) em Belo Horizonte.
Gaúcho, o representante da entidade afirma que a falta de legitimidade do pleito ocorrerá por não haver condições iguais entre os candidatos que estarão na disputa. Para o dirigente, os prefeitos atuais que tentarão a reeleição serão prejudicados porque levarão toda a culpa dos problemas enfrentados pela população, como lixo e animais mortos nas ruas.
"Seguramente vão haver eleições, mas não serão legítimas. Pelo seguinte, toda a culpa daqui para a frente será dos prefeitos. Não tem mais presidente da República, ministro, ou governador. Cada um tá olhando o seu lado. Vocês acham que esses prefeitos vão ganhar eleição? Eu acho que vão perder", argumenta Ziulkoski.
As eleições estão marcadas para 6 de outubro, A campanha começa em 16 de agosto. O presidente da CNM defende a criação de um fundo soberano, previsto em projeto já em andamento no Congresso Nacional, para investimentos em prevenção e atuação contra tragédias como a que atinge o estado do sul.
Conforme o dirigente, se aprovado, o país teria, de imediato, cerca de R$ 30 bilhões para este fim. Os recursos sairiam do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "(Seriam recursos) não apenas para enfrentar o que está acontecendo no Rio Grande do Sul. Minas sofreu muito nesses últimos anos", disse Ziulkoski, se referindo às tragédias de Brumadinho e Mariana.