O governo do Estado prometeu entregar em 2026 as obras do Hospital Regional de Sete Lagoas, em construção há 13 anos. Nesta sexta (12), durante visita à cidade da região Central do Estado, o vice-governador Mateus Simões (Novo) disse que a expectativa é “adiantar um pouco o cronograma oficial”. No entanto, ele não informou a data exata. A previsão inicial do governo já era entregar a obra no primeiro semestre de 2026, último ano do segundo mandato de Romeu Zema (Novo). O próprio governador e o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, também estiveram presentes na agenda, em Sete Lagoas.

Zema apontou o hospital como “passo importantíssimo” no plano de descentralizar o atendimento médico no Estado, mas disse saber que o governo ainda tem “muito o que fazer”. A entrega desta e de outras cinco unidades de saúde foram um compromisso firmado por Zema no plano de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. As obras incluem, também, os Hospitais Regionais de Conselheiro Lafaiete, Governador Valadares, Teófilo Otoni, Divinópolis e Juiz de Fora - sendo a reconstrução do último descartada em abril deste ano.

Durante a visita à cidade, o vice-governador falou sobre a pretensão de adiantar a entrega do Regional de Sete Lagoas. “A nossa expectativa é de que a gente consiga efetivamente adiantar um pouco o cronograma inicial, que previa o final dessa obra para meados de 2026. É importante a gente lembrar que ela cria uma barreira na região Norte da região metropolitana, fazendo com que pacientes passem a ter uma condição de atendimento melhor do que tinham antes, quando tinham que recorrer a Belo Horizonte”, reafirmou.

Segundo Mateus Simões, a conclusão da obra dará à cidade de Sete Lagoas “a característica efetivamente de Polo Regional de Saúde”. “Hoje, Sete Lagoas, não consegue, por conta do tamanho da sua população, dar esse tipo de assistência para o entorno. Isso vai passar a ser uma realidade para o início do ano de 2026”, disse o vice-governador.

O governador e o vice estiveram presentes na obra do hospital para uma vistoria, acompanhados pelo superintendente da Regional de Saúde de Sete Lagoas, Fabrício Teixeira, e do secretário de Saúde do Estado, Fábio Baccheretti. O deputado estadual Douglas Melo (PSD), pré-candidato à Prefeitura de Sete Lagoas, também esteve no local, sendo apontado por Zema como parte do “trabalho conjunto” para a retomada das obras.

Histórico de atrasos

O atraso envolvendo o Hospital Regional de Sete Lagoas vem desde o anúncio da construção, feito pelo então secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana, em 2007, à época da comemoração dos 140 anos da cidade. A obra fazia parte plano de regionalização do ex-governador Aécio Neves (PSDB), com a previsão de início das construções para 2008. Em 2009 e 2010 convênios foram feitos para a obra, mas ambos foram cancelados.

O Hospital Regional de Sete Lagoas está em construção desde junho de 2011 e passou por uma paralisação das obras em 2015, sob a justificativa de uma ausência de recursos provenientes do convênio entre o governo de Minas e a Prefeitura de Sete Lagoas. Na época, mais de 55% da obra já havia sido executada, com um custo estimado em R$ 51,4 milhões. 

Em 2016, inclusive, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu uma investigação para apurar possíveis irregularidades na execução, visto que a expectativa era que a entrega do hospital ocorresse ainda em 2013. 

Outros hospitais

Em maio deste ano, O TEMPO publicou uma reportagem especial dizendo que o governo Zema não garantia a conclusão de todos os hospitais regionais prometidos, até fim do mandato. A matéria mostrava que as obras eram promessa de campanha do governador. Uma já estava suspensa, e o Estado não havia informado o prazo atual para concluir todas as outras.

Na época, a reportagem questionou o Executivo cinco vezes sobre o prazo de conclusão dos empreendimentos, mas todas as tentativas ficaram sem resposta. Somente após a publicação da matéria, o governo informou que a conclusão da unidade de Sete Lagoas está prevista para o primeiro semestre de 2026.