Convidado do Café com Política da FM O TEMPO 91,7 desta sexta-feira (2/8), o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, foi questionado se foi bem tratado no PSD, legenda que ele se desfiliou na última semana, e respondeu que “não”. Entretanto, ele destacou que mantém a amizade e bom diálogo com as principais figuras do partido: o presidente nacional Gilberto Kassab, o presidente estadual Cássio Soares, e o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco.
Segundo Kalil, que agora se filia ao Republicanos e declara apoio a pré-candidatura de Mauro Tramonte para a PBH, ele deve se encontrar com Kassab ainda neste mês.
“Sem muito trauma, estou muito bem com o presidente nacional, o Gilberto Kassab, que é meu amigo. Inclusive, já marcamos um encontro para depois das convenções. [Estou bem] com o Cássio [Soares], que é um cara que eu respeito muito, de muito bom trato, e com o próprio Rodrigo [Pacheco], que é hoje um expoente da política nacional. Então, saí muito bem com quem sempre conversou comigo e teve boa conversa”, afirmou.
Kalil anunciou a sua desfiliação do partido durante um almoço com os três na última sexta-feira (26/7) e garantiu a O TEMPO que não aceitou negociar termos para a sua permanência. O ex-prefeito também negou que saiu do partido porque quer ser candidato a governador em 2026, e afirmou que não tem “essa ambição toda”.
“Isso não foi o motivo da minha saída do PSD, inclusive porque eu cancelei a segunda reunião porque eu não negocio. Eles acharam que eu ia colocar alguma proposta na mesa e como eu não iria colocar proposta nenhuma na mesa, eu achei de bom-tom não mobilizar gente vindo”, disse.
Questionado se foi bem tratado pelo PSD, Kalil disse que “não”, mas não revelou quem teria o tratado mal. Ele esclareceu que chegou a discordar da estratégia do partido e disse que a legenda “desidratou”. Apesar da declaração, Kalil garantiu que foi respeitado pelo presidente Gilberto Kassab e argumentou que, se tivesse sido maltratado, teria saído “chutando a mesa”.
“Eu acho que a estratégia foi burra. Foi ruim. Tanto que o PSD aqui estagnou, tinha candidato ao governo e candidato ao Senado, tínhamos condição, tem ministro, e ele [PSD] está completamente desidratado. Fazer diretório no interior não cresce partido, o que cresce é a caneta na mão em cargos importantes”.
Rusgas com o PSD
Durante a entrevista, Kalil declarou que saiu do PSD “sem traumas” e, ao ser questionado sobre a conversa com o diretório do partido, não quis dar detalhes. “O que foi colocado foi muito duro e muito sincero, então acho que não é assunto para trazer para imprensa, para trazer a público”, comentou.
Conforme já havia revelado O TEMPO, o ex-prefeito estaria insatisfeito com o PSD desde 2022, quando concorreu ao governo de Minas pelo partido. Ele teria ficado magoado com a sigla por não ter recebido o apoio que esperava dos deputados da legenda e até mesmo do então candidato a senador pelo partido, o agora ministro Alexandre Silveira.
Fontes revelaram à reportagem que, na última sexta-feira, Kalil também teria relatado a Pacheco que estava magoado não apenas com o partido como também com Fuad, que não declarou apoio a ele na corrida pelo governo do Estado em 2022. Além disso, o ex-prefeito teria discordado da decisão de Fuad de demitir a maior parte dos seus secretários e mudar as diretrizes e planos que ele havia estabelecido quando ainda era chefe do Executivo.
Entrevista concedida aos jornalistas Guilherme Ibraim e Thalita Marinho