O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), foi o alvo principal dos manifestantes de direita que se organizaram para um protesto na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante a manhã deste sábado (7 de setembro). As críticas ao senador mineiro, eleito em 2018, se devem à não abertura de um processo de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Desde agosto, um movimento de parlamentares pede o impedimento de Moraes depois da publicação de uma série de reportagens do jornal Folha de S. Paulo. As matérias mostram a troca de mensagens entre assessores do ministro no STF e o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral quando Moraes ainda presidia o TSE. As informações colhidas pelo TSE teriam sido abusivas, segundo os parlamentares, e abastecido inquéritos contra os atos do dia 8 de janeiro.
Pacheco, no entanto, afirmou em diversas ocasiões que o assunto deve ser tratado com prudência. “Nós entendemos que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, é um grande culpado por essa insegurança jurídica. Porque ele tem sentado em cima de pautas importantes, ele é o freio e o contrapeso para poder pôr limites nesses ministros que estão de uma certa forma estragando com o Brasil”, criticou o líder do movimento Direita BH, Cristiano Reis, que promete uma resposta a Pacheco nas urnas em 2026.
O nome do senador é um dos cotados para concorrer ao governo de Minas. “Nós estamos doídos que o Rodrigo Pacheco tente vir candidato a governador em 2026, porque nós vamos mostrar para ele nas urnas o que o povo mineiro acha da atuação dele como presidente no Senado. Lembrando que ele foi eleito pelo voto do povo de Belo Horizonte, pelo povo mineiro. Ele tinha que honrar o povo mineiro ouvindo as vozes das ruas, colocando e pautando o impeachment de Alexandre de Moraes”, complementou o líder do Direita BH.
Candidato à prefeitura de Contagem, Junio Amaral (PL) esteve na manifestação e também subiu o tom contra o senador. “O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, coloca o povo de Minas Gerais em extremo vexame quando ele se coloca como principal cúmplice. Se não fosse o senhor Rodrigo Pacheco nós teríamos algo minimamente mais equilibrado na relação entre os três poderes”, disparou o candidato.
Nos arredores da Praça da Liberdade, entre bandeiras do Brasil, camisas com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro e do empresário e proprietário do X, Elon Musk, havia diversos cartazes com os dizeres “Fora Pacheco”. Impulsionados por animadores que davam o tom do protesto de cima de um carro de som, os manifestantes, inclusive, gritaram ‘Fora Pacheco’ em algumas oportunidades.
Em um determinado momento do protesto, um homem que atuou como uma espécie de animador da manifestação, chegou a afirmar que a eleição de Dilma Rousseff (PT) ao Senado em 2018, poderia ser melhor que a vitória de Pacheco. Procurada, a assessoria do presidente do Senado afirmou que não vai comentar as críticas.
Moraes na mira
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, também foi um dos mais criticados. Um grupo, inclusive, recolheu assinaturas em um abaixo assinado que pedirá a abertura de um processo de impeachment contra o ministro, e em outro que quer anistia aos presos por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
“Nós estamos pedindo o impeachment do Alexandre de Moraes. É um ministro que nós entendemos que têm rasgado a Constituição do Brasil, ele tem sido partidário e deixado o Brasil numa grande insegurança jurídica”, afirmou Cristiano Reis, do Direita BH.
Protesto em BH
A mobilização teve início por volta de 9h30. Pouco após às 10h, uma motociata que saiu da região da Pampulha chegou à Praça da Liberdade. Os manifestantes também pediam a saída do presidente Lula (PT). O ato em BH segue a mobilização nacional marcada para a tarde deste sábado na avenida Paulista com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).