O deputado estadual Rafael Martins (PSD) avalia que é preciso uma mobilização da bancada de Minas Gerais no Congresso para derrubar os vetos do presidente Lula (PT) ao Propag, projeto de lei que altera as bases para renegociação das dívidas dos estados com a União para evitar gastos extras que podem chegar a R$ 5,5 bilhões.
“O governo de Minas, e eu posso falar como vice-presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, não tem R$ 5,5 bilhões para pagar a mais, caso os vetos não sejam derrubados. É isso que vai sobrar para Minas Gerais: desembolsar mais R$ 5,5 bilhões que não estavam sendo esperados (no orçamento). É preciso que os deputados federais estejam atentos a isso e, neste caso, não tem coloração partidária; não estamos falando de ajudar o governo Romeu Zema, estamos falando em preservar as contas públicas do Estado”, avalia.
Rafael Martins foi o entrevistado desta quinta-feira no Café com Política, disponível no canal de O TEMPO. Na avaliação do parlamentar, a estratégia de Zema de tentar mobilizar o governo contra os vetos e adiar uma adesão ao Propag até o último momento é correta.
O parlamentar diz que o governador Romeu Zema demonstrou humildade em mudar sua posição e defender a nova proposta de renegociação das dívidas, nascida de uma articulação dos deputados estaduais com o Congresso, sob liderança dos presidentes da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
“Não foi um texto construído pelo presidente Tadeu, pelo Rodrigo Pacheco ou pelo governador Zema; foi um texto construído com a participação do Ministério da Fazenda, dos interlocutores em Brasília. Então porque gasta um tempo construindo um texto, gasta tempo, deixar aprovar um texto para depois vetar”, questiona o parlamentar. “Se esses trechos não fossem importantes, não estariam no texto”, afirma.
Na avaliação de Rafael Martins, o arrependimento tardio do governo federal não deve prevalecer e a tendência seria a derrubada desses vetos.
Rafael Martins, eleito deputado estadual também em 2018, mesma eleição que colocou Zema no governo do Estado, avalia que a relação entre o Executivo e o Legislativo em Minas Gerais tem melhorado. “É claro que erros acontecem. No caminho, no percurso, a gente vai aprendendo e é importante ter a humildade para entender que a gente está aprendendo e em evolução e mudar o que precisa ser mudado”, disse.
“É completamente diferente de quando começou. Muito mais maduro, muito mais republicana, como deve ser. E, no macro, tanto o mandato do Zema quanto o meu, cresceu muito e o resultado nas urnas reflete isso. Eu tive um crescimento de 120% na minha votação e assim também com o governador, que venceu no primeiro turno, disputando contra um prefeito de Belo Horizonte muito bem avaliado na cidade”, afirma.